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Enviada em: 02/10/2018

Poucos países no mundo com mais de 100 milhões de habitantes, como pontua o médico Dráuzio Varella, detêm um sistema público de saúde. No Brasil, no entanto, a gratuidade é um princípio constitucional. A despeito disso, a saúde pública constitui uma das maiores preocupações da sociedade brasileira. Convém, então, analisar quais são os fatores que suscitam tais preocupações.       Antes de mais nada, ressalta-se a primazia da saúde entre as preocupações individuais. A pirâmide de Maslow, que sintetiza a hierarquia das necessidades humanas, segundo o psicólogo americano, não por acaso estabelece os anseios fisiológicos como necessidade primitiva de todo ser vivo. Ora, alçada a tal relevância, é natural que a saúde pública cause tanto temor num país como o Brasil, onde a renda média do trabalhador é baixa - R$ 2.000,00, conforme o IBGE -, o que o impossibilita pagar por tratamento médico, tornando-o dependente do sistema público.       Além disso, outro fator alarmante é o número elevado de pacientes nos hospitais, que exaure a capacidade de atendimento desses locais. Tal consequência deve-se, por um lado, ao fato de não se priorizar a prevenção e, por outro, à prática de não utilizar a rede pública tal qual ela é, isto é, um sistema, em que há segmentação das estruturas de atendimento conforme a necessidade do paciente. Nesse sentido, dirigir-se a um hospital quando há sintomas mais amenos, ao invés ir a uma unidade básica de saúde, por exemplo, corrobora com a sobrecarga observada.       Urge, portanto, que o Sistema Único de Saúde gerencie melhor o erário destinado à saúde pública. Para tanto, cabe-lhe conscientizar a população, evidenciando a finalidade de cada unidade que o compõem – postos, hospitais, etc. –, de modo que o cidadão procure a instituição mais adequada à gravidade do seu problema. É oportuno, nesse sentido, utilizar as equipes das unidades de saúde para promover palestras em ambientes de grande concentração, como escolas. Possibilitar-se-ia, assim, atenuar a obstrução do sistema e, por conseguinte, otimizar o gasto dos recursos.