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Enviada em: 11/10/2018

No Brasil, a primeira faculdade de medicina foi criada em 1808, por determinação do rei Dom João VI. Nesse período, o tratamento médico era restrito a classes sociais abastadas. Hodiernamente, a legislação brasileira universalizou o acesso à saúde. No entanto, desafios relacionados à distribuição de médicos e recursos  e às precárias políticas públicas preventivas minoram a execução desse direito.       A princípio, ressalta-se que a concentração de médicos nos grandes centros urbanos dificulta o acesso à saúde pela população. Essa conjuntura foi identificada pela Universidade de São Paulo, a qual aponta  existência média de 2,18 médicos para cada mil habitantes, porém, desigualmente distribuídos. Isso aumenta o tempo de espera para tratamento e diagnóstico nas cidades interioranas, uma vez que padecem com a falta de médicos e equipamentos de diagnóstico. Essa situação implica o traslado de pacientes para hospitais centrais, os quais, muitas vezes, acabam superlotados, o que também precariza o atendimento. Assim, essa concentração é danosa ao sistema de saúde brasileiro.       Além disso, as deficientes políticas preventivas agravam a proliferação de doenças. Isso é observado na baixa taxa de cobertura do saneamento básico no Brasil, a qual é de 55%, segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Nesse aspecto, doenças como a leptospirose e a cólera alastram-se em regiões não atendidas por redes de coleta de esgoto, devido à negligência governamental nesse setor. Desse modo, intensifica-se o número de doentes que necessitarão do sistema de saúde pública, cuja estrutura de atendimento pode não ser suficiente para comportar todos os casos.       Infere-se, portanto, que esforços devem ser realizados no sentido de efetivar a universalidade da saúde no Brasil. Para isso, é preciso interiorizar hospitais com amplo espectro de atendimento, por meio de recursos do Ministério da Saúde, a fim de ampliar o acesso ao atendimento médico no interior do país e, assim, diminuir o contingente que superlota hospitais nas grandes cidades. Ainda, é necessário intensificar programas de saúde preventiva, por meio da construção de redes de coleta e tratamento de esgoto pelas Prefeituras Municipais, com o propósito de diminuir a incidência de doenças infectocontagiosas. Executando-se essas medidas, o direito à saúde será verdadeiramente atendido.