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Enviada em: 02/11/2017

Gregório de Matos recebeu a alcunha de " Boca do Inferno", não em vão, pois em pleno século XVII já denunciava as atrocidades cometidas pelos políticos em uma Bahia marcada por posturas eticamente comprometidas. Esses desvios de conduta por parte dos gestores públicos acarreta problemas em vários setores da sociedade, sobretudo à saúde pública, essencial para o desenvolvimento da nação. Além do fator político, a sociedade civil tem sua parcela de culpa para a depreciação desse sistema nevrálgico, uma vez que não responde de maneira satisfatória a políticas públicas desenvolvidas nesse âmbito.   Mormente, é imprescindível salientar o quanto a corrupção aliada a não aplicabilidade da Constituição Federal figuram, sobremaneira, como aspectos para o estado caótico da saúde pública. Concebida a Constituição Cidadã, o Brasil passou a adotar o Estado de Bem-Estar Social com políticas assistencialistas. Nesse contexto, o Estado passou a ser provedor dos serviços públicos no que tange à saúde, assegurando aos cidadãos o direito de usufruir dessa garantia fundamental. Embora previsto na Carta Magna do país, fatores como a corrupção demasiada tem prejudicado a execução das medidas previstas nesse documento. Esses atos antiéticos arraigados na história brasileira, como percebera o autor Barraco, atuam como entraves para o desenvolvimento do sistema de saúde e aplicação dos direitos sociais e promoção de uma cidadania efetiva.   Outro aspecto que figura como alicerce para a desvalorização da saúde pública é a postura adotada pelo tecido social, que acaba desestimulando o incremento desse setor por parte dos gestores públicos. Na Era Vargas o populismo conclamava as massas e com uma política demagoga o então presidente era conhecido como " Pai dos pobres". Percebe-se, que, historicamente, a população brasileira tem se respondido de forma positiva a políticas de curto prazo, fazendo que o investimento em saneamento básico, coleta de lixo e estruturação de hospitais fiquem em segundo plano nas ações dos gestores, por, visivelmente, não angariar resultados eleitorais imediatos.   Percebe-se, portanto, que essa problemática possui causas políticas, sociais e históricas, requerendo, assim, medidas paliativas para a reversão desse cenário. É dever do Executivo Federal, por meio do ministério da justiça, aliado aos gestores municipais, promover o aperfeiçoamento da aplicação das verbas destinadas ao âmbito da saúde, além de divulgar dados sobre os recursos dessa seara para a sociedade civil em conjunto com ONG's analisarem, para que, dessa forma, esses investimentos passe pelo crivo de várias instâncias, retirando a centralização das decisões acerca dessa área tão fundamental para o desenvolvimento da nação.