Materiais:
Enviada em: 29/10/2017

O Brasil é o único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que propõe disponibilizar saúde gratuita para toda a população. No entanto, o Sistema Único de Saúde (SUS), que deveria servir de exemplo para outros países, tem apresentado graves dificuldades, por vezes, não atendendo às necessidades da população. Nesse contexto faz-se necessário avaliar as principais causas desse problema e discutir quais medidas devem ser tomadas para resolvê-lo.        Pode-se destacar, de início, como um dos vetores desse impasse, a má administração dos recursos destinados à saúde. Como se já não bastasse os baixos investimentos nesse setor – os quais, conforme a Organização Mundial da Saúde, de 73% do orçamento geral em 1993 caiu para 6,8% em 2014 –, o pouco que ainda chega é, eventualmente, sucumbido pela corrupção. A exemplo, pode-se citar o Escândalo dos Sanguessugas que, em 2006, culminou numa CPI responsável por indiciar 72 parlamentares por fraudes na compra de ambulâncias para os municípios; e, mais recentemente, a operação Fatura Exposta, pela qual foi descoberto, segundo estimativas do Ministério Público Federal (MPF), que no período de 2007 a 2016 foram desviados 300 milhões de reais da saúde no Rio de Janeiro, contribuindo para o estado de calamidade em que se encontra.        Soma-se a isso, o modelo imediatista do sistema de saúde brasileiro. Ao invés do Governo centrar esforços para a prevenção de doenças, os recursos são direcionados, majoritariamente, para o tratamento. Boa parte das principais doenças de maior incidência no Brasil poderiam ser evitadas caso medidas preventivas tivessem sido aplicadas no decorrer da vida do paciente. A exemplo disso, têm-se: diabetes e hipertensão, que se relacionam à alimentação; infarto, à falta de exercício físico; alguns cânceres, ao fumo; dentre muitas outras.     Para que se reverta esse quadro problemático, portanto, o MPF deve continuar a realizar investigações sobre licitações fraudulentas e desvios de verbas na área da saúde, a fim de estancar o escoamento ilícito do dinheiro público destinado ao bem-estar da população. Quanto à questão da prevenção, as escolas devem instituir projetos de orientação nutricional, higienização e incentivo aos alunos a prática de esportes, no intuito de fomentar, desde a infância, a adoção de hábitos mais saudáveis, que irão prevenir a população de muitas doenças decorrentes de condutas equivocadas prejudiciais à saúde.