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Enviada em: 24/10/2017

"A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício." Esse trecho faz parte da lei que regulamenta a implementação do SUS - Sistema Único de Saúde - no Brasil, que tem por objetivo garantir o acesso a procedimentos de saúde gratuitos para todos os brasileiros. É inegável que tal determinação não é amplamente cumprida e, nesse sentido, faz-se necessário discutir como o subfinanciamento, a má gestão desses recursos e o focar somente no tratamento das doenças têm contribuído para o seu possível colapso.    Primeiramente, é preciso atentar para o fato de que a saúde não recebe recursos necessários para o seu funcionamento. Isso ocorre devido a falta de uma regra que estabeleça um percentual mínimo de investimento, o que fez com que cada governo aplicasse na área da saúde o valor que julgou adequado. Tal situação, levou o SUS a um quadro de déficit de profissionais e a redução do número de leitos públicos. Além disso, é preciso evidenciar que a má gestão também contribui o agravamento desse quadro. É comum, por exemplo, encontrar casos de aparelhos comprados e não utilizados por falta de espaço ou porque a rede elétrica local não seria capaz de suportar a demanda do equipamento.    É razoável analisar, também, que o sistema de saúde do Brasil é centrado tratar a doença, e não em sua prevenção. A falta de saneamento básico e coleta de lixo, são os principais fatores que elevam os índices de doenças como dengue, hepatite A e verminoses, por exemplo. Além de causar um elevado número de internações, tais doenças poderiam ser facilmente evitáveis com a ampliação das redes de tratamento de esgoto e o acesso a água limpa. Além disso, o envelhecimento da população, tende a elevar ainda mais a demanda por serviços de saúde. Afinal, idosos costumam apresentar doenças crônicas como diabetes e problemas cardíacos, requerendo tratamentos e cirurgias custosos, sobrecarregando mais ainda um sistema que já se encontra praticamente falido.   Torna-se evidente, portanto, a importância de se debater a saúde pública no Brasil. Para isso, é fundamental a criação de uma lei que determine um piso de investimento obrigatório do Estado em saúde. Para isso, faz-se necessário que a população pressione o deputados, para que estes criem e coloquem o projeto em pauta de votação na Câmara. Seria interessante que ONGs como a Transparência Brasil, fizessem estudos sobre onde e como os recursos estão sendo aplicados. Permitindo, assim, que a população também fiscalize a gestão da saúde em suas cidades. Assim como é importante investir na contratação de profissionais como médicos e agentes de saúde, é fundamental investir campanhas educativas que incentivem, por exemplo, a prática de exercícios físicos. Afinal, esses permitem um envelhecimento mais saudável e, futuramente, custará menos aos cofres públicos.