Materiais:
Enviada em: 24/10/2017

Saúde com direito  Os níveis de saúde da população expressão a organização social e econômica de um país. Portanto, uma nação desenvolvida deve entender o cuidado com sua população como um dos elementos constituintes do desenvolvimentos. Contudo, o que tem visto no Brasil é que essa garantia tem sido substituída - o Estado hoje aceita que empresas privadas gerenciem a saúde do país,  em um modelo capitalista em que dinheiro é condição para se ter ou não assistência.   No Brasil, a saúde só foi garantida constitucionalmente como direito universal de cidadania e dever do Estado a partir de 1988. Segundo o Artigo 196 da Constituição Federal, esse direito é garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças, de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Assim, a nação canarinha é referencia em campanhas de vacinação contra a AIDS e detentores de um dos mais completos programas de saúde que é o Sistema Único de Saúde.   Apesar de um modelo assistencialista de referência, na prática o impasse entre o público e o privado mina o conceito do SUS ao desacreditá-lo perante a população que é vítima da falha de profissionais, de medicamentos, utensílios e das filas intermináveis dos hospitais e postos de saúde. Sob essa ótica, os planos de saúde, bem como os hospitais privados, surgem como alternativas para o atendimento público - que já se tornou sinônimo de má qualidade - para aqueles que podem testemunhar a qualidade do serviço brasileiro  na cardiologia, na cirurgia plástica e nas Unidades de Terapia Intensiva, áreas  em que a Saúde tupiniquim é referência mundial. Diante disso, o péssimo gerenciamento é, indubitavelmente, o câncer do sistema  de saúde nacional, estadual e municipal.   Parafraseando Milton Santos, nunca na história da humanidade houve condições técnicas e cientificas tão favoráveis para a construção da dignidade humana. Nessa perspectiva, com duas faces, saúde brasileira precisa de um caminho que leve à equidade com resultados satisfatórios para o cumprimento dos direitos dos cidadãos. Para isso, o Poder Executivo deve gerenciar e fiscalizar o SUS de forma mais eficaz,  a fim de mudar a realidade dos hospitais, da falta de equipamentos e, criar políticas que avancem para além dos Mais Médicos. Além disso, deve investir na infraestrutura e na admissão de profissionais  de saúde qualificados para uma medicina pautada no indivíduo como ser  social de quem o Estado deve cuidar.