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Enviada em: 25/10/2017

É de conhecimento geral que discutir saúde no Brasil é um assunto delicado, pois apesar de o país possuir o maior sistema de saúde pública do mundo, o SUS (Sistema Único de Saúde), de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela não é um bem aproveitado por toda a população. Essa intempérie  é consequência dá má administração dos direitos de base dos brasileiros, e a pouca atenção ao ensino dessa área de conhecimento.       A saúde de qualidade é um dos fundamentos dos direitos sociais. Entretanto, para o sociólogo Thomas H. Marshall tais direitos constituem a segunda geração de benefícios, que se apresenta em decorrência da primeira formação, sendo ela constituída dos direitos civis e políticos. Logo, se os direitos primários não possuem expressão plena na sociedade, não é possível que os secundários sejam gozados. Sendo assim, a precaridade da saúde brasileira é sintoma de problemas encontrados na violação dos direitos civis e políticos, em que o crescimento de moradores de rua em 70%, em cidades como Belo Horizonte- MG em 2017, segundo o Ipea,  e eventos recentes que negam à autonomia do voto, como o Impeachment em 2015, expressam falhas em ambos os direitos. Destarte, é um desafio para o Brasil desenvolver uma saúde de qualidade, enquanto a primazia da cidadania não é respeitada.       Outro ponto a ser debatido é o descaso do governo em relação ao ensino da saúde. Estudos apontam que um sistema de saúde equilibrado é fundamentado em: gestão, pesquisa e ensino. Todavia, no Brasil o ensino é o pilar mais danificado, pois os cursos são escassos e sucateados; o corte de verbas realizado em junho de 2017 ao maior hospital universitário do país, o Hospital de São Paulo, ilustra esse fato. Dessa forma, não apenas a formação de novos profissionais e prejudicada, mas também o atendimento a população e o andamento de pesquisas relevantes.        Diante de tais fatos vê-se a necessidade de repensar a saúde no Brasil através do aumento de verba as instituições de ensino da saúde, realizado pelo Governo Federal, para que a profissionalização e avanço das pesquisas possam modificar o calamitoso cenário atual, de forma que a população inteira se beneficie, ao possuir mais profissionais da saúde para atende-la. Além disso, cabe ao poder Executivo e Legislativo voltarem a atenção aos pilares da cidadania, por meio de projetos e leis que cumpram a pluralidade dos direitos civis, políticos e sociais, para que os avanços da nação não sejam dicotomizados.