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Enviada em: 24/10/2017

A Revolta da Vacina, ocorrida na cidade do Rio de Janeiro em 1904, foi uma reivindicação da população contra medidas tomadas pelo governo no combate às epidemias que assolavam a região. Tal revolta retrata a insegurança, desde a época, da sociedade brasileira quanto ao governo, principalmente no que se refere à saúde pública, visto que, a desumanização do atendimento e a precariedade dos hospitais são fatores presentes há séculos neste cenário. Sendo assim, protestos são cada vez mais comuns e necessários entre as classes afetadas.    Primeiramente, vale ressaltar, que as manifestações sempre tiveram papel determinante e revolucionário na sociedade brasileira. Estas implicam em um retrospecto cultural, muito presente em músicas e movimentos artísticos, como "Que país é esse?" de Renato Russo e a Semana de Arte Moderna em 1922, e confrontos presenciais, como por exemplo, o protesto dos R$ 0,20 em 2013, que levou às ruas milhares de brasileiros. Todos os movimentos foram de cunha relevância para a mobilização dos destinatários, ressaltando a importância de uma reivindicação por melhorias no sistema de saúde.      Visto isso, é compreensível revoltas populacionais contra o governo, isto por conta, principalmente, da precariedade do atendimento. Parafraseando o sociólogo Zygmunt Bauman, as relações do século XXI são fluidas e imediatas, compondo o que ele conceitua como "modernidade líquida", e isso se reflete até mesmo na saúde pública, especificamente na desumanização do atendimento, em que hospitais superlotados e de péssima estrutura acabam por sobrecarregar o número de pacientes diários para cada profissional. Nesse viés, a melhoria do atendimento é a melhor maneira de se evitar conflitos.             Destarte, é compreendido, o ceticismo das camadas populares quanto ao governo e a necessidade de melhorias na saúde. O Governo Federal deve impor projetos que trabalhem a conscientização profissional, oferecendo aos profissionais da área palestras sobre a humanização do atendimento, ademais deve oferecer estrutura local e financeira para este atendimento, aumentando o número de hospitais e profissionais da área, diminuindo assim, o fluxo de pacientes por unidade de atendimento. Além disso, a sociedade, incentivada pela mídia, deve ir às ruas, como na manifestação dos R$ 0,20, reivindicar o que é de seu direito, saúde pública de qualidade