Materiais:
Enviada em: 26/10/2017

Com a formulação da Constituição de 1988 - a Constituição Cidadã -, o Brasil avança sobre questões de saúde pública, culminando com a criação do SUS. Contudo, apesar das expectativas com o novo sistema, observa-se uma série de problemas estruturais que envolve a vontade política e uma melhora na comunicação com a classe médica - que ainda enfrenta diversas complicações.    Primeiramente, deve ficar claro que saúde custa caro. Partindo dessa premissa, conclui-se que esse debate envolve dinheiro. Devido a isso, a população dependente do sistema público assiste hoje hospitais sem profissionais, falta de materiais - desde luvas até máquinas complexas -, demora no atendimento e, consequentemente, dor. Assim, a má gestão dos recursos do Estado associado à corrupção e outras políticas como o "teto de gastos públicos" trazem consequências nocivas ao cidadão.     Outro problema deve-se à formação médica e sua presença nas periferias. O país conta com inúmeras faculdades médicas e, portanto, formação em massa de profissionais, por vezes, pouco qualificados. O Governo falha ao tentar levá-los para o interior a baixos salários, sem recursos e plano de carreira. Dessa forma, despreza as necessidades desse profissional - e cidadão - de construir uma carreira depois de, em média, 10 anos de graduação.   Logo, faz-se necessário que a população cobre das autoridades as conquistas de 1988. Para isso, podem realizar manifestações públicas - como em 2013 - ou, ainda, utilizar as redes sociais como ferramenta política e pressionar o Governo. Além disso, o "agir comunicativo", nas palavras de Habermas, deve intensificar-se entre os médicos para que esses denunciem as precariedades da saúde pública e todas as barreiras envolvidas na promoção da mesma. Devem, ainda, manifestarem-se por meio de baixo assinados e também pela mídia sobre as condições propostas nos poucos concursos públicos. Cabe ao Executivo, por fim, cumprir a lei e combater a corrupção ainda latente na nossa política.