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Enviada em: 30/10/2017

A saúde pública não é para todos.    No período da redemocratização brasileira, houve uma crescente demanda social a respeito de um sistema público de saúde. No entanto, naquele período pós-ditadura militar, a saúde pública era restrita a trabalhadores e contribuintes da previdência social. Nesse contexto, surgiu o SUS, buscando englobar todos os cidadãos brasileiros. Entretanto, mesmo que seja um sistema gratuito e universal, possui diversos problemas como, por exemplo, a falta de investimentos que, por sua vez, fomenta uma descrença generalizada quanto a sua eficiência.     Apesar da Constituição Brasileira assegurar o direito de todo cidadão o acesso à saúde pública, uma pesquisa realizada pelo IBGE informou que quase 30% dos brasileiros possuem plano de saúde. Desse modo, conclui-se que o dado é reflexo de uma caótica situação em que se encontra o SUS: falta de médicos, demora no atendimento e infraestrutura carente. Assim, é possível associar a significativa parcela da população que prefere pagar um plano de saúde com a descrença no SUS. Em decorrência disso, instaura-se uma quadro de desigualdade no país em que a renda do indivíduo define que tratamento de saúde terá. De forma contraditória à Constituição, a saúde eficaz é segregada e limitada a quem tem poder aquisitivo para não depender do SUS.     Contudo, o problema está longe de ser resolvido. Segundo Marx, a história da humanidade é a história da luta de classes. Logo, é factível perceber que a classe social orienta o tratamento que cada indivíduo receberá. Assim, como objetivo de assistir a população mais pobre, a ex-presidente Dilma criou o programa ''Mais Médicos'' para suprir a falta desses profissionais e, consequentemente, as filas nos hospitais. Todavia, essa medida não erradicou a problemática da saúde pública brasileira. Dessa maneira, enquanto o SUS não receber suficientes verbas para solucionar a questão da infraestrutura e de médicos, o sistema se afastará da proposta de ser universal, uma vez que sua eficácia é comprometida.     Destarte, infere-se que medidas devem ser tomadas para aperfeiçoar a saúde pública. Visto isso, é necessário que a Receita Federal destine maior parcela dos impostos arrecadados em saúde pública. Dessa forma, poderia ser comprado mais macas e remédios e, por conseguinte, melhorar a infraestrutura dos hospitais, aumentando a confiança popular quanto ao sistema. Além disso, é primordial que as famílias incentivem as crianças a seguir uma dieta equilibrada desde cedo. Como resultado, os indivíduos teriam uma rotina mais saudável, reduzindo o risco de doenças e, logo, de pacientes nos hospitais. Desse jeito, as filas se encurtariam. Posto isso, a saúde pública melhoraria.