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Enviada em: 31/10/2017

Embora em 1904 Oswaldo Cruz, com sua campanha de vacinação conseguiu erradicar a varíola do país, hoje infelizmente, a saúde pública canarinha faz reféns. Seja pelos aspectos estruturais, como a má gestão de capital ou até mesmo funcionais, a título da qualidade de atendimento, o sistema público brasileiro de saúde clama por soluções.       Em primeiro lugar, antes de tudo, cabe destacar os motivos da precarização do sistema de saúde. Segundo o filósofo suíço Rousseau, o homem por natureza é bom, mas a sociedade o corrompe. Isto é, sua maldade advém do coletivo que impõem a servidão, a escravidão e a tirania. De maneira análoga, o homem hodierno ao privilegiar ter ao invés de ser, comete ações imorais, como desvios de verbas públicas que são essenciais para a manutenção de hospitais e treinamento de profissionais, configurando assim um sucateamento do sistema de saúde.       Por outro lado, consequentemente o atendimento médico torna-se inchado e pouco humanizado. Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, vivemos em uma época de artificialidade, de liquidez das relações humanas, onde a busca pelos prazeres pessoas sobrepõem ao coletivo. Dessa forma, a falta de empatia pelo outro e a desumanização da assistência médica deterioram o atendimento e corrobora o surgimento de doenças e infecções.              Mediante os fatos supracitados, fica claro portanto, que a questão da saúde pública é pertinente no âmbito canarinho. Por isso, é indispensável que o Estado, em especial o Ministério Público, abra inquéritos para buscar àqueles vinculados aos desvios e licitações irregulares do ambiente hospitalar. Cabe também ao Superior Tribunal de Justiça, a efetivação da lei no tocante à punição dos envolvidos em esquemas ilícitos a fim de promover um bom funcionamento da rede pública de atendimento de saúde. Já o Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Saúde, podem inserir disciplinas nas universidades para a humanização do atendimento médico para a formação de profissionais éticos e mais empáticos. E, finalmente, consoantes tais medidas, os indivíduos desfrutarão de um atendimento humanizado e pleno. Pois, já dizia Eça de Queirós: "É o coração que faz o caráter."