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Enviada em: 02/11/2017

Embora em 1940 Oswaldo Cruz, com campanhas conseguiu erradicar a varíola do país, hoje, infelizmente, os desdobramentos no que tange à saúde são outros. Seja pelos aspectos estruturais, como a má gestão de capital, assim como funcionais a título da qualidade de atendimento, o sistema público de saúde brasileiro corrói vidas e requer urgência.        Em primeiro lugar, cabe destacar os motivos da precarização do sistema de saúde. Segundo Rosseau, filósofo suíço, o homem por natureza é bom, mas a sociedade o corrompe. Isto é, sua maldade advém do coletivo que impõem uma série de valores que dentre eles é a corrupção. De maneira análoga, o homem hodierno ao privilegiar o ter ao invés de ser, comete ações imorais, como os desvios de verbas públicas que são essenciais para a manutenção de hospitais e treinamento de profissionais, configurando assim um sucateamento do sistema de saúde.       Por outro lado, consequentemente, o atendimento médico torna-se inchado e pouco humanizado. Sob a ótica de Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, presencia-se atualmente uma época de artificialidade nas relações humanas, onde a busca pelos prazeres pessoais sobrepõem ao coletivo. Sendo assim, a falta de empatia dos profissionais pelo paciente causa a desumanização da assistência médica que transformam os vínculos em líquidos e pouco duráveis, culminando dessa forma na deterioração desses atendimentos além de retardar, por exemplo, a recuperação de muitos por agravar as doenças.       Mediante os fatos elencados, fica claro portanto, que a saúde pública canarinha é algo a ser mitigado. Por isso, é indispensável que o Estado, em especial o Ministério Público, abra inquéritos para investigações daqueles vinculados aos desvios e licitações irregulares do âmbito hospitalar. Cabe também ao Superior Tribunal de Justiça a efetivação da lei e desenvolvimento de mecanismos anti-corrupção, como exemplo, a implantação de observatórios sociais para ocorrer a transparência de gestão nessas esferas. Já os Ministérios da Saúde e Educação em parceria, podem inserir na grade curricular de universidades disciplinas a fim de formar profissionais éticos e mais empáticos para a humanização do atendimento médico. Para assim, finalmente, consoantes essas medidas, os indivíduos sejam assegurados do direito à saúde e o desfrutem de forma humanizada e plena. Pois, conforme Eça de Queiros dizia: "É o coração que faz o caráter."