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Enviada em: 03/11/2017

O descaso com a saúde pública não é uma invenção atual: no início do século XX, o Rio de Janeiro precisou passar por uma reforma sanitária para erradicar a Varíola. Contudo, em 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi estabelecido no país, e desde então, é responsável por grandes avanços na saúde, mas ainda há vários desafios nesse setor.  A Constituição brasileira determina que a saúde é um direito de todos e dever do Estado, mas na prática não é isso que se observa, em geral. O acesso à serviços de saúde de qualidade pode variar conforme a renda, sendo os menos abastados as principais vítimas desse sistema. Esse grupo depende de um sistema público de saúde precário, caracterizado por hospitais lotados; atendimentos ruins, por falta de profissionais, equipamentos e estrutura; e demora para conseguir acesso a exames e especialistas. Dessa forma, essa situação contribui para o agravamento da desigualdade social no país.  Entretanto, vários fatores contribuem para a persistência dessa realidade. Karl Marx afirmava ser o Estado um mero comitê para gerir os negócios da burguesia, o que se aplica a questão da saúde pública no Brasil. Uma vez que, o "lobby" empresarial usa o governo em busca de lucros, como fazem os planos de saúde privados ao negociarem subsídios. Contudo, os gastos federais com saúde ficaram abaixo da média mundial em 2010, segundo a OMS. Isso evidencia a sobreposição dos interesses privados em relação ao público. Por outro lado, a população brasileira, em geral, não exerce a sua contribuição para aprimorar o SUS, seja participando dos conselhos de saúde, nos quais os problemas do sistema serão expostos para serem resolvidos, ou cobrando investimentos dos governantes.  Destarte, medidas são necessárias para resolver o impasse. Cabe ao Congresso estabelecer uma lei que determine qual a porcentagem do total de impostos arrecadados o governo federal deve investir no SUS, a fim de evitar gastos baixos em prol de interesses privados. O Ministério da Saúde, por sua vez, pode aumentar o repasse de verbas aos estados e municípios, com o fito destes investirem em mais unidades básicas de saúde, bem como em profissionais, voltados sobretudo para a prevenção, e na estrutura dos hospitais. Tudo isso reduz as filas de espera e torna os atendimentos mais qualificados.Já ONGs, em conjunto com a mídia, podem incentivar, com campanhas e palestras, a participação da população nos conselhos de saúde e a denúncia dos problemas do SUS, nas redes sociais, por exemplo,como uma forma de cobrar atitudes dos governantes.