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Enviada em: 18/02/2018

Saúde pública tem jeito       O Brasil é um país em desenvolvimento que vivencia instabilidade em diversos segmentos. Tal instabilidade é observada com cautela no cenário mundial, comprometendo até mesmo as avaliações realizadas pelas agências internacionais. Neste contexto, se inclui a grave crise do sistema público de saúde, ocasionada pela ausência de recursos destinados ao cumprimento da legislação nacional (Constituição Federal, Lei do SUS, Estatuto da Criança e do Adolescente e Estatuto do Idoso).         Na prática, segundo a Organização Mundial de Saúde, o governo brasileiro é um dos que menos investe na gestão da saúde entre os países da América Latina,  não garantindo este direito fundamental em sua totalidade. É fato que muitos estabelecimentos de saúde se encontram em condições precárias, outros permanecem com as portas fechadas por falta de insumos e tantos mais que sequer tiveram suas obras concluídas. Há ainda o desinteresse dos profissionais de saúde em atuar nas regiões mais afastadas do país, visto que nestas áreas os mesmos têm dificuldades de acesso aos recursos técnicos essenciais, por exemplo, equipamentos para a realização de exames que facilitam o diagnóstico clínico. Além disso, muitas vezes, nestas localidades a preocupação com as políticas públicas que afetam diretamente à saúde, tais como: saneamento básico e destinação adequada do lixo são menores do que nos grandes centros, o que agrava ainda mais a situação.       Mais um aspecto relevante quanto aos entraves da saúde pública, corresponde ao fechamento de instituições filantrópicas devido às dificuldades financeiras aprofundadas pela ausência de reajustes da Tabela SUS, na qual ficam estabelecidos os valores repassados por cada procedimento ofertado.  O encerramento das atividades destas instituições ampliam ainda mais o tempo de espera do paciente.       Assim, é inegável a urgência da adoção de medidas estratégicas drásticas para uma saúde  eficiente. As esferas governamentais, primeiramente, devem transformar este setor em prioridade por meio da divisão justa dos recursos monetários disponíveis entre os mais de cinco mil municípios da federação. É óbvio que é essencial valorizar as instituições sem fins lucrativos com o pagamento digno dos serviços prestados. O Estado também deve investir na formação de profissionais qualificados e humanizados, bem como necessita incentivá-los no desenvolvimento de uma saúde igualitária. E ainda, os municípios devem ser responsáveis pela promoção da prevenção primária, mediante a coordenação de ações que envolvem campanhas preventivas; orientação à população quanto às mudanças de hábitos (alimentação, prática de exercícios físicos, higiene);  e até a vacinação, pois além de salvar vidas desta forma,  se gasta menos com tratamentos nos níveis secundários e terciários.