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Enviada em: 09/03/2018

De acordo com Hipócrates, médico da Antiguidade Clássica, a saúde é alcançada por meio da ''boa ordem''. Todavia, no Brasil contemporâneo, a gestão problemática impulsiona as diversas carências que refreiam a plena eficácia dos planos da saúde pública. Assim, é urgente o debate sobre a conjuntura brasileira, pois os impassem que alavancam o acesso igualitário caracterizam a equidade assistencial como algo utópico. Deve-se, então, para sanar esses obstáculos, discutir a realidade demográfica, organizacional e epidemiológica do país.   É preciso afirmar, antes de tudo, que apesar da notoriedade internacional do sistema público brasileiro no que tange à realização de transplantes, há uma gama de ineficiências na microesfera da saúde. Prova disso, é a incompatibilidade da alta carga tributária com o atendimento precário dos hospitais, os quais são estigmatizados pela superlotação dos leitos e pelo atendimento lento. Nesse viés, é evidente como a administração caótica reforça a ambiência para a desestabilização do Sistema Único de Saúde (SUS) nos seus pilares mais básicos.   Acresce-se a isso, a inadequação ao atual quadro epidemiológico mais complexo, pois não só as doenças reemergentes, como a febre amarela e tuberculose, mas também a inversão demográfica exigem maior qualificação dos tecnopolos. Assim, há a necessidade de direcionar os estudos ao idoso, o qual representa a atual pirâmide etária do país e, pois, reflete os que mais necessitam das prioridades do sistema de saúde.   Faz-se necessário, portanto, que o Ministério da Saúde informatize a rede pública, na perspectiva de agilizar o atendimento, melhorar a administração e evitar a sobrecarga hospitalar com a digitalização de dados, como prontuário eletrônico. Além disso, as universidades devem investir na especialização em gerontologia, de modo a assegurar a nova demanda assistencial, enquanto os laboratórios recebem bolsas da iniciativa privada para intensificar a profilaxia do país. Destarte, a saúde pautada na ''boa gestão'' de Hipócrates, deixará de ser uma utopia para o Brasil.