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Enviada em: 15/03/2018

O Sistema Único de Saúde foi instituído por ocasião da promulgação da Constituição brasileira de 1988, sendo, desde então, o responsável por oferecer saúde gratuita a todos. De modo analítico, é inegável que tal entidade cumpre tudo o que promete, mas só no papel. Por toda volta, a saúde no país encontra-se entranhada em diversos desafios para seu bom funcionamento, não somente ligados ao SUS, mas a uma série de outros, que só tornam a ida de cidadãos necessitados de auxílio médico ao hospital um adendo ao já existente sofrimento.   A priori, o gerenciamento político do SUS é um ponto importante a ser debatido. Hodiernamente, a gestão desse sistema, ao invés de estar a nível federal, encontra-se municipalizada, e nem todos os municípios do país possuem condições de oferecer os serviços necessários da melhor forma. Daí decorre a longa espera em filas intermináveis, falta de leitos e estruturação comprometida. Nessa conjuntura, o "voto de cabresto", ainda perpetuado em muitas localidades do país, induz a população a escolher representantes que apenas detêm poder, que não têm boas propostas para resolver os impasses da gestão da saúde e, assim, dão continuidade à problemática.   A posteriori, é preciso comentar a falta de médicos nos hospitais. É sabido que, em grande parte das regiões periféricas e outros bairros mais pobres do país, a saúde é, sobremaneira, de pior qualidade, e isso se deve, dentre outros motivos, à pouca oferta de profissionais da medicina nesses locais. A falta de segurança e de estrutura, salários pouco atrativos e com valores inferiores aos de unidades privadas são motivos que levam tais profissionais a se eximir de trabalhar em tais lugares. Para fins temporários, o Governo Federal criou o programa Mais Médicos, que, por ser de curto prazo, não resolve o problema estrutural apontado, além de a qualidade da formação dos convocados pelo programa ser, por vezes, duvidosa.   Sob a ótica analisada, torna-se perceptível a necessidade de agir na questão da saúde do país. O Governo Federal deve, gradativamente, começar a participar mais da gestão dos recursos destinados à saúde para os municípios, aumentando a verba para tal setor e tornando a fiscalização do cumprimento da destinação dos recursos mais rigorosa e organizada. A fim de promover maior inclusão de médicos nas parcelas municipais mais necessitadas, o Ministério da Educação deve aumentar a quantidade de concursos públicos voltados para locais periféricos, além de aumentar as ofertas de salários oferecidos aos conquistadores das vagas, de forma que sejam compatíveis com os de mercado.