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Enviada em: 11/04/2018

A criação do SUS(Sistema Unificado de Saúde), no início da década de 1990, sob os princípios de equidade e integralidade, possibilitou um avanço significativo no que se refere aos direitos fundamentais do cidadão. Contudo, é lamentável que, hoje, os serviços de saúde pública não têm contemplado o real sentido de integralidade, posto que vários problemas de infraestrutura e a superlotação constitui alguns dos encausos que não possibilita um atendimento adequado para a população. Sob essa ética, é preciso analisar esse contexto e buscar medidas que possam oferecer um melhor serviço de saúde para as comunidades brasileiras. Em sua obra mais emblemática,"Raízes do Brasil", o sociólogo Sérgio Buarque de Holanda discorre sobre a teoria do "homem cordial", que destaca a postura culturalmente individualista do brasileiro, deixando de lado os seus deveres em prol da coletividade. Nesse contexto, os desvios de recursos por parte dos gestores públicos reafirma a teoria e impede que o sistema de saúde receba os efetivos investimentos para a oferta de serviços de boa qualidade e também para sua manutenção. A comunidade, por sua vez, suporta a superlotação, a falta de medicamentos, além de outros impasses da saúde pública que não vão de encontro à definição de "respeito à dignidade humana". Ademais, a oferta de serviços especializados de forma centralizada e a precariedade nas zonas mais afastadas corrobora com o problema da superlotação e, por conseguinte, em um sistema mais debilitado. Nesse âmbito, pacientes interioranos são deslocados para hospitais e clínicas de maiores centros urbanos para receber atendimento e também realizar exames que, inclusive, deveriam ser disponibilizados por boa parte dos municípios brasileiros, a exemplo do Raio-X. Isso ocorre, sobretudo, pela falta de infraestrutura, inviabilizada pelos poucos recursos que chegam à saúde, e que não dá condições necessárias para os profissionais da área exercerem suas funções, o que deixa a região menos atratativa para os médicos especialistas. Nessa perspectiva, se torna emergente buscar garantir, não apenas a integralidade, mas também os direitos e a dignidade humana dos cidadãos brasileiros. Dessa forma, o Governo Federal, juntamente com os governos municipais, deve criar programas que atraiam profissionais especializados para as regiões mais afastadas, oferecendo salárioas mais satisfatórios e estruturas mais adequadas para o desempenho de suas funções, o que diminui o deslocamento da população para outros centros urbanos. Outrosim, é fundamental que a sociedade civil se mobilize, através de fóruns de debate, palestras e protestos, para exigir os seus direitos e responsabilidade do Estado frente à saúde pública, pressionando autoridades para realizar fiscalizações e punições eficazes em casos de corrupção.