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Enviada em: 20/09/2017

Garantia apenas no papel       A industrialização e a urbanização acelerada nos países em desenvolvimento provocam problemas em série e agravam disparidades sociais urbanas. A grande parte da população mundial vive em cidades, porém a maioria em moradias inadequadas e longe de serviços básicos de saúde, transporte, educação e saneamento. Por isso, é preciso analisar o atual panorama do déficit habitacional brasileiro, suas causas e suas terríveis consequências.      Em primeiro lugar, verifica-se que déficit habitacional é o número de pessoas que vivem em moradias inadequadas. Segundo dados da Fundação João Pinheiro, de 2014, a carência é de seis milhões de residências no Brasil, ou seja, 9% do total atual do país. Essa situação abrange habitações precárias, famílias que dividem uma mesma moradia, gasto excessivo com aluguel e excesso de moradores. Além disso, há carência, em sua maioria, de eletricidade, saneamento básico e água tratada. Essa situação é horrível, real e dificulta a vida de milhares de brasileiros.    Diante disso, é preciso desmistificar o preconceito e entender as principais situações que levam a população a viver em moradias precárias. Dessa forma, uma das causas do déficit habitacional é a gentrificação, ou seja, processo de valorização imobiliário que leva à expulsão de famílias de baixa renda. Assim também, há a desigualdade socioeconômica, os altos preços de aluguéis e o alto custo de vida nos centros, o que leva as pessoas para as periferias.       Consequentemente, há a necessidade dos indivíduos que vivem nas regiões periféricas percorrerem longas distâncias para poder estudar ou trabalhar. Não só dentro das cidades, mas de um município para o outro acontecem os movimentos pendulares, que, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 7,4 milhões de brasileiros vivem essa realidade. Além disso, o transporte público brasileiro está longe de atender à demanda devido à falta de planejamento e à prioridade dada aos carros.      Fica claro, portanto, que a moradia é um direito de todos, porém as populações mais pobres são esquecidas e obrigadas a viverem em situações de risco. Por isso, cabe ao governo ampliar os investimentos governamentais para estas famílias por meio da criação de novos subsídios, moradias, emprego e melhor distribuição de renda. Não obstante,, uma solução possível seria o governo reduzir os custos de financiamento para os compradores e desenvolvedores por meio da redução dos custos do aluguéis, criar portfólios de hipoteca e reduzir as taxas com a alavancagem de economias coletivas. Quem sabe assim será possível que a moradia de qualidade seja garantida a todos.