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Enviada em: 13/10/2017

Na conjuntura social atual, nota-se que o Brasil, segundo o IBGE, é o país americano com o maior índice de déficit habitacional, isto é, mais de 5,8 milhões de brasileiros vivem em condições habitacionais inadequadas. Um dos maiores ativistas do século XX, Martin Luther King, escreveu que "a injustiça em um lugar qualquer é ameaça à justiça em todo lugar". Essa frase está relacionada, intrinsecamente, com essa problemática, pois é evidente que o descaso do estado com o planejamento urbano e a crescente onda de preconceitos sobre os aspectos urbanos estão tão arraigados no cotidiano que tais práticas não são tomadas como injustiças.         Em 2001, segundo o levantamento demográfico do G1, na cidade de São Paulo, havia, cerca de, seis milhões de habitantes, entretanto, em 2016, esse número quase dobrou. Devido a esse crescente cenário de expansão migratória, principalmente, para as regiões Sul e Sudeste, e atrelado a diversas contradições econômicas, é inquestionável que tal contexto alimenta, progressivamente, a formação de morros e favelas. A partir dessa infeliz realidade, houve uma constante segregação espacial na qual, devido a uma hierarquização urbana, várias pessoas são impedidas de frequentarem determinados locais (como, boates de luxo e eventos de premiações acadêmicas); além disso, elas têm sua moral e ética julgadas, simplesmente, por habitarem zonas irregulares de moradia.       Em 1957, no governo de Juscelino Kubitschek, o Brasil testemunhou a construção de Brasília, a qual, a partir, de um rigoroso planejamento urbano, ficou conhecida, na época, como a cidade do futuro. Diferentemente desta cidade, a maioria das capitais regionais não tiveram nenhum tipo de planejamento urbano ou social, o que acarretou uma ocupação desordenada e clandestina nos meios urbanos. Tal realidade causou o avanço do desmatamento e a proliferação de epidemias, como a Dengue e a Febre amarela.           Em virtude do que foi mencionado, fica claro que, para solucionar a problemática do déficit habitacional brasileiro, é preciso promover uma parceria entre o Ministério das Cidades e a família com o intuito de garantir condições adequadas de moradia à população brasileira. Portanto, cabe ao primeiro replanejar a realidade urbana das metrópoles do país, por meio de uma verticalização do espaço urbano, a fim de diminuir os impactos da ocupação desordenada ao ambiente e a saúde pública. Já a segunda, é preciso deixar de lado preconceitos e, por intermédio de projetos comunitários, buscar mais informações sobre a realidade social das favelas. Afinal, King morreu acreditando em um mundo sem injustiças.