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Enviada em: 22/02/2018

O avô vivenciou o caos sofrido pela população ao se deparar com a reforma urbana do governo de Rodrigues Alves. O pai, cresceu na divisa entre dois mundos paralelos, a favela onde habitava e os condomínios de luxo que ficavam delimitados por muros. O filho, por sua vez, participa de manifestações a favor de moradias para os considerados sem terra. Com isso, percebe-se que aliado ao ideal progressista, a segregação espacial se reflete em todos as gerações sociais, acarretando em problemas maiores como o deficit habitacional, por exemplo.  Desde a sua formação, o Brasil teve como umas das principais marcas da sua essência, as disparidades sociais, advindas da herança europeia e do modelo econômico vigente atual. Como consequência, a maior parcela da população insere-se na teoria do Darwinismo social defendida por Hebert Spencer, a qual aborda o ideal de seletividade do meio. Através desse víeis questões como concentração de terras e aglomerações em favelas refletem um cenário de desordens e emblemas enraizados na formação do Brasil.   O déficit habitacional brasileiro reflete questões que estão presentes em seu ciclo de problemas. Sob o parâmetro de rápida urbanização, característico de nações subdesenvolvidas, o espaço brasileiro foi tomado de maneira desenfreada por um ideal desenvolvimentista mal planejado. Como resultado desse processo, vidas são ceifadas em deslizamentos de terras por estarem habitando terrenos inaptos em conjunto das graves mazelas advindas da falta de saneamento básico presente em diversas comunidades. Por outra vertente, é possível encontrar vários terrenos de ordem pública ou privada sem utilidade, mas cercados por ordens de restrição habitacional, retomando assim a mais uma das falhas iniciais da formação brasileira, a concentração de terras. Por conseguinte, disputas por terras em variadas regiões, principalmente, o norte brasileiro, são agravadas e  jovens e crianças padecem nas ruas dos grandes centros urbanos a mercê da violência, do frio e da fome.   Destarte, faz-se necessário maiores investimentos por parte das esferas governamentais em terrenos propícios para moradias voltados a parcela da população que encontram-se nas ruas, melhorando assim, o acesso à  terra. Também é necessário que o Estado invista em projetos de melhorias nas habitações existentes e novas de comunidades carentes, evitando assim, o aumento no número de casos de acidentes. Por fim, em parceria com a rede educacional, o Estado deve investir em projetos de cunho educacional, como cursos profissionalizantes em escolas da rede pública como forma de oportunidade para os que mais precisam. Dessa forma, o primeiro passo será dado rumo á aplicação do objetivo de isonomia da constituição de 1988, um Brasil de todos e para todos.