Nas últimas décadas, a frota de veículos no Brasil têm crescido em proporção maior que a populacional, deixando a mobilidade no espaço urbano deficiente. Esse fator, é influenciado pela defasagem do transporte coletivo em comparação ao conforto do individual. Além disso, o histórico modelo rodoviário no país, o qual desconsiderou a importância de outros sistemas, tornou-se um elemento problemático para implantar meios variados de conduzir os cidadãos. Nesse contexto, é possível afirmar que existem diversas falhas no que diz respeito à qualidade desses serviços, provocando a insatisfação dos que dependem de tal sistema. Assim, surgem protestos em prol do direito de ir e vir que consta na Constituição Federal, como os realizados em 2013 contra o aumento da tarifa de ônibus chamado de “Manifestação pelos 20 centavos”, pois além de mais caro, o transporte continuaria em sua simbólica precariedade e ineficiência. Sintetizando essa circunstância, nota-se que o Brasil apresenta inúmeras rodovias e pouco investimento em outros meios de transporte. Inopinadamente, tal situação começou com o governo de Washington Luís, pautado no seguinte lema: “governar é abrir estradas”, o qual Juscelino Kubitschek apoiou posteriormente. Logo, a falta de ciclovias e ciclofaixas é um agravante para o espaço urbano, visto que, sua ausência traz apenas efeitos negativos, como maior poluição atmosférica, filas quilométricas no trânsito e acidentes. Em face a essa realidade, para amenizar o número de automóveis e, consequentemente, aumentar a circulação das pessoas, faz-se necessário um política voltada para desconstruir as antepassadas. Do mesmo modo que rodovias foram foco no passado, no contexto atual é essencial que o governo invista em outros sistemas de transporte, principalmente os não motorizados, como faixas largas para ciclistas e calçadas retilíneas com rampas para os pedestres. Ademais, reformar o transporte público e seu conjunto de serviços, é uma medidas importantes para uma integração modal mais eficaz.