Materiais:
Enviada em: 30/01/2018

A obesidade infantil vem se tornando um problema de saúde pública em grande parte no mundo, nas últimas décadas. No Brasil a situação não é diferente. Pesquisas recentes mostram que quase metade da população infantil brasileira se encontra acima do peso, ou obesa, o que é uma dado bastante preocupante, em vista dos potenciais malefícios que esta situação pode causar à saúde atual e futura dessa população mirim.   Uma das razões que pode explicar este quadro é o aumento do percentual de comidas industrializadas na alimentação do brasileiro, nas últimas décadas. Este tipo de comida, em geral, possui excesso de gorduras, além de aditivos e conservantes que em nada auxiliam uma adequada ingesta calórica, que é um dos pilares para a manutenção do peso ideal. A maior participação da mulher no mercado de trabalho, que também ocorreu nas últimas décadas, fez com que a mulher se afastasse do ambiente doméstico e de seu papel histórico de preparação, ou , no mínimo , supervisão da preparação das refeições, pode também ter contribuído para a maior presença de calorias em excesso e de baixo valor nutricional na mesa de nossas crianças. Isso, porque parte da renda extra que a mulher trabalhadora gera para o orçamento doméstico é muitas vezes direcionada para a compra de comidas industrializadas que não requererão preparo demorado. Tal facilidade vem ao encontro dos anseios da mãe e dona de casa que passou o dia todo fora no escritório e, ao chegar em casa, ainda precisa providenciar a refeição da família. Some-se a isso as campanhas publicitárias dos fabricantes desses produtos industrializados que, através de campanhas, muitas vezes de cunho lúdico, tentam convencer as mães e, principalmente, as crianças, de que um potinho de um alimento pronto de gosto açucarado pode substituir uma refeição equilibrada.    Outro fator que muito tem contribuído para o excesso de peso de nossas crianças é o sedentarismo. Este, na atual sociedade, pode ser explicado, em grande parte, pela revolução digital, que fez com que nossas crianças saíssem dos “playgrounds” para se trancarem em seus apartamentos e casas, de posse de seus “playgrounds” virtuais de telas de LED. Assim, as calorias antes queimadas pulando corda ou subindo em árvores, hoje são armazenaras nas barrigas arredondadas de nossas crianças.    Para reverter esta situação, faz-se necessário atacar as duas vertentes do problema: alimentação e atividade física. Políticas específicas de saúde pública devem ser implementadas, com campanhas  de esclarecimento e orientação de pais e filhos quanto aos motivadores da obesidade infantil,  mostrando a importância da manutenção do peso adequado na promoção da saúde atual e futura dessa jovem geração.