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Enviada em: 06/02/2018

Vivendo para comer       No filme "Os Sem-Floresta", o antagonista cita uma frase icônica relacionando os animais que comem para viver enquanto os seres humanos que vivem para comer. A finalidade da fala era cômica, contudo, tal sentido se perde quando essa situação começa a fazer parte da nossa realidade. É notório que a obesidade infantil está tomando proporções alastrantes no Brasil e que o caminho para erradicá-la será desafiador, visto que a mídia reforça diariamente o desejo de consumo de alimentos industrializados, gerando como consequências doenças crônico-degenerativas adquiridas pela obesidade precoce.        Sabe-se que a mídia está cada vez mais manipulando o modo de pensar e agir da sociedade, além de que a mesma aproveita a vulnerabilidade dos indivíduos em fase de crescimento para incentivar o consumo de produtos industrializados que possuem, em sua grande maioria, alto teor de açúcares e gorduras que são fortes aliados da obesidade. Desse modo, há a necessidade de diminuir esse poder o qual a mídia exerce sobre a população infanto-juvenil, contudo, embora já haja a proibição da publicidade direcionada à criança, presente no Código de Defesa do Consumidor desde 1990, a falta de especificação prejudica a efetivação da lei.       Além disso, com a tamanha proporção que a obesidade infantil atingiu, a diabetes, o colesterol alto e a hipertensão estão tornando-se um dos principais males contemporâneos por possuírem grandes chances de se desenvolverem em crianças com sobrepeso. De acordo com cálculos, em 2025, no Brasil haverá cerca de 11,3 milhões de crianças obesas, diante disso, não só surge o temor da existência de uma geração de adultos doentes, mas também de prejudicar os próximos descendestes pelo fato dessas doenças possuírem um grande grau de hereditariedade genética.       Por fim, medidas são necessárias para a solução desses impasses, com a finalidade de evitar que a obesidade tome proporções ainda maiores. Em primeiro lugar, a criação e aplicação de leis mais severas, por parte do poder legislativo e executivo, faria com que a mídia diminuísse consideravelmente o controle que possuem sobre as crianças objetivando, dessa forma, que o jovem obtivesse uma alimentação mais saudável sem interferência de terceiros. Além disso, o fornecimento de especialistas da área infanto-juvenil e nutricionistas, por meio de programas realizados pelo Ministério da Saúde, reforçariam o suporte dado às crianças com obesidade e que já adquiriram doenças crônico-degenerativas para que, enfim, possa haver a possibilidade da obtenção de uma vida mais saudável a qual se baseie somente em uma alimentação para a sobrevivência.