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Enviada em: 05/04/2018

O Brasil da atualidade apresenta realidade paradoxal em relação ao âmbito nutricional de crianças e adolescentes. Num país que há pouco tempo figurava no Mapa da Fome da ONU, o crescimento do número de crianças com excesso de peso, como indicado por números recentes do Ministério da Saúde, é pouco esperado e está no grupo das grandes preocupações relativas à qualidade de vida. Nesse sentido, é papel do Estado estruturar caminhos para estancar o crescimento dessas taxas e buscar o aguçamento no combate à obesidade infantil.  Sob esse viés, a dinamização da cadeia produtiva de alimentos, impulsionada pelas revoluções industriais, permitiu queda nos preços e aumento na disponibilidade para grande parte da população, realidade diferente daquela encontrada no Brasil do passado, com grande parte da população no campo e cardápio de amplitude reduzida no cotidiano. Dessa forma, é notável o uso de artifícios publicitários para facilitar as vendas por parte dessa indústria alimentícia, influenciando a população, inclusive a infantil, ao consumo desregrado de gêneros hipercalóricos por meio de imagens e relações com personagens da mídia.   Paralelamente, falta ao planejamento estatal a consideração de que o investimento no crescimento saudável dos jovens poupa gastos futuros com a estrutura padrão de saúde pública, uma vez que a obesidade favorece, entre outras, o surgimento de doenças vasculares na população como um todo, o que tende a sobrecarregar o Sistema Único de Saúde (SUS).  Portanto, para consolidar uma política de combate à obesidade, com foco no público infantil e adolescente, o Estado deve decretar o fim da publicidade de alimentos prejudiciais à saúde, por meio de um sistema de testes anteriores à veiculação das peças de divulgação, ação semelhante à regulação dos comerciais de drogas advindas do Tabaco. Por conseguinte, mediante à explanação de material de educação alimentar na mídia, todo o corpo da população estaria bem informado para praticar a boa alimentação.