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Enviada em: 01/04/2018

Segundo a Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- os brasileiros consomem em média cinquenta e um quilogramas de açúcar por ano. O número, decorre do exacerbado consumo de alimentos industrializados e é contribuidor para a morte de cerca de trinta e cinco milhões de pessoas no mundo todos os anos. O maus hábitos alimentares e comportamentais - sedentarismo - corroboram para a expansão da obesidade, inclusive entre crianças. A obesidade e o sobrepeso infantil já afeta 39% da população - dados do Estudo Internacional de Obesidade Infantil - os números preocupam em decorrência das doenças a ela associada - como doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer - e da queda na qualidade de vida dos futuros adultos.       No período após a Segunda Guerra Mundial, o excedente industrial e tecnológico remanesce do desenvolvimento bélico e nuclear necessita de novos fins de consumo. Inicia-se, nesse cenário, a fabricação de produtos comestíveis ultraprocessados com doses exacerbadas de açúcar, aromatizantes e sódio. As mercadorias, agora com maior duração e mais agradáveis ao paladar, passam a fazer parte da rotina alimentar das populações, por sua facilidade de consumo e preços consideravelmente baixos encantando, sobretudo, as crianças.        Visando a atrair o consumo infantil, grandes empresas alimentícias e redes de ''fast food'' utilizam-se de campanhas milionárias. São envolvidos personagens famosos de filmes e desenhos, super-heróis, além da oferta de brindes colecionáveis e restaurantes com atividades. O encorajamentos a hábitos alimentares nada saudáveis e potencialmente duradouros objetivam a obtenção de lucro.       O sedentarismo é outro vilão no desenvolvimento do sobrepeso. As brincadeiras ao ar livre, em quintais e parques, são substituídas por televisores, jogos e brinquedos eletrônicos. Segundo o Painel Nacional de Televisores, crianças entre 4 e 11 anos passam em média 5 horas assistindo às telas. Suas capacidades oníricas são transferidas ao personagem animado e os aparelhos se tornam ''babás'' para o comodismo dos pais durante a realização de outras atividades.         Com o crescimento epidêmico da obesidade, urge a necessidade de se repensar os hábitos populacionais tomando, como ponto de partida, as crianças. Cabe ao Ministério da Educação o desenvolvimento de uma disciplina de educação nutricional e corporal. A medida incentivará o conhecimento e degustação de frutas, verduras e legumes, anexo à seus benefícios e necessidades à saúde; além do aprendizado relacionado a rótulos e tabelas nutricionais. Em consonância, se deve desenvolver atividades físicas regulares em horários alternativos às aulas, com as explicações da sua dada importância na manutenção corporal.