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Enviada em: 01/04/2018

"O ornamento da vida está na forma como um país trata suas crianças". A frase do sociólogo Gilberto Freyre expressa a importância do cuidado com os pequeninos. O combate à obesidade infantil no Brasil, todavia, constitui um sério desafio. Nessa perspectiva, o modo de vida contemporâneo e a desinformação constituem sérias agravantes.    Primeiramente, cabe citar que o modo de vida da pós-modernidade contribui para uma alimentação desregrada. Segundo o sociólogo Zigmunt Bauman, o imediatismo e a aceleração são características da contemporaneidade. Nesse sentido, a rapidez do cotidiano- trabalho, trânsito, compromissos- afeta diretamente o tempo de muitos pais, que ficam impossibilitados de preparar as refeições dos filhos. Assim, alimentos naturais e saudáveis são substituídos por enlatados, frituras e o famoso "fast food".     Outro ponto crucial é a desinformação, que contribui para a massificação de uma dieta que valoriza o prazer ao paladar em detrimento dos nutrientes. Muitos pais desconhecem o papel da alimentação como fonte de nutrientes essenciais para o metabolismo saudável do corpo e para o desenvolvimento da criança. Consequentemente, não sabem quais nutrientes devem estar nas refeições diárias e quais alimentos são ricos. Assim, más hábitos alimentares, baseados em gorduras e açúcares, são transmitidos de pais para filhos, formando uma geração doente.        Evidencia-se, por conseguinte, a necessidade de uma mudança cultural na alimentação. Para isso, o Ministério da Educação, aliado ao Ministério da Saúde, deve incluir a disciplina de Educação Nutricional na matriz escolar, desde à alfabetização ao ensino médio, para que crianças e jovens aprendam, desde cedo, a relação entre alimentação e saúde. Tais agentes devem, também, promover nas escolas programas lúdicos que abordem a temática, envolvendo família e alunos, com a participação de nutricionistas e médicos nutrólogos. Dessa forma, essa epidemia de sobrepeso será combatida.