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Enviada em: 04/04/2018

De acordo com a filósofa brasileira Marilena Chauí, a democracia deve ser um sistema de direitos igualitários para todos, sem ações que prejudiquem um grupo em prol de outro. No entanto, esse regime é dificilmente efetivo no setor social, visto que essa área apresenta desafios que impugnam o combate à obesidade infantil no Brasil. Tais déficits advêm da atual política educacional e dos hábitos alimentares contemporâneos, sendo preciso analisar tal problemática.    Em primeiro plano, é necessário ressaltar que o programa de ensino brasileiro está entre as causas dessa questão. Pode-se pontuar, inicialmente, a concepção do filólogo francês Michel Foucault, a qual evidencia que o poder é a base inevitável de todas as relações humanas. Seguindo essa ótica, a educação se apresenta como um instrumento de poder, haja vista sua capacidade de influenciar as pessoas. Nesse sentido, a conservação do modelo pedagógico vigente, na qual é priorizado o ensino das matérias que serão abordadas em prova em detrimento de aulas de disciplina alimentar, assim como de atividades físicas, tencionam-se a corroborar com o aumento da obesidade no país.    Acresce-se a isso, a importância em retratar a influência da família como de encontro a eliminação dessa temática. Ademais, conforme a teoria do sociólogo Durkheim, o fato social é uma maneira de agir e pensar dotada de exterioridade, coercivismo e  generalização. Seguindo essa vertente, uma vez que uma criança presencia pelo seu núcleo familiar o consumo indiscriminado de alimentos ricos em sódio e gorduras trans tende a adotar esse estilo nutricional também por vivência em grupo. Dessa maneira, a manutenção dessa forma de agir, transmitida de pessoa a pessoa, propende-se a desencadear, além da intensificação das taxas de excesso de peso corporal per capita no Brasil, problemas de saúde nos cidadãos, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Logo, é notório que essas patologias agravam o combate aos distúrbios alimentares.   Consoante ao mencionado, fica evidente que existem obstruções para que haja a efetiva supressão dessa problemática, sendo preciso intervenção. Desse modo, o Ministério da Educação, mediante a Secretaria de Educação Básica, deve adicionar na matriz curricular das escolas a obrigatoriedade da didática de aulas de instrução nutricional saudável e das atividades ao ar livre, no intuito de melhorar a qualidade de vida dos estudantes. Assim, será possível almejar a redução da obesidade infantil brasileira. Para endossar esse objetivo, aquele Ministério também pode auxiliar, por meio daquela secretaria, com a criação de cartilhas, em formato digital, que mostrem o peso da influência familiar na adesão do consumo alimentar saudável pelos jovens, visando promover a conscientização desse seguimento, e disseminá-las nas mídias sociais. Posto isso, esse dilema irá se extinguir gradualmente.