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Enviada em: 06/04/2018

O peso do futuro       De acordo com levantamentos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2009, cerca de 15% da população infantil brasileira se apresentava na faixa de sobrepeso e obesidade. Essa situação caracteriza um problema em que mesmo com todos os avanços na área da saúde, ainda se encontram obstáculos no combate à obesidade em crianças e adolescentes no país.         Primeiramente, a questão do abandono parental demonstra um cenário preocupante na sociedade atual. Segundo Dante Alighieri, poeta italiano, perder tempo incomoda mais a quem conhece o seu valor. A necessidade de otimização do tempo proveniente da mentalidade de produção capitalista leva os responsáveis a negligenciar as necessidades afetivas da criança sob seus cuidados. Como consequência, há a possibilidade de desenvolvimento de mecanismos compensatórios emocionais, alterando a relação do jovem com a comida, criando quadros clínicos como obesidade e ansiedade, intimamente ligados.         Outro fator de destaque é o preconceito à criança obesa. De acordo com o cantor brasileiro Cae-tano Veloso, "Narciso acha feio o que não é espelho." Isso se faz verossímil no que tange o modo como a intolerância à individualidade na sociedade atual acarretou na relação errônea de sinonímia entre preguiça e obesidade, causando uma padronização das patologias e podendo levar a evasão ao atendimento médico, o que dificulta a ação de tratamentos específicos para cada diferente causa do problema, como reeducação alimentar e regulação hormonal.         Fica claro, portanto, a problemática no combate à obesidade infantil no Brasil e a necessidade de intervenções imediatas. De modo a combater o abandono parental, os Ministérios da Saúde e do Trabalho devem elaborar campanhas veiculadas em meios de comunicação que alertem sobre os perigos dessa situação à saúde das crianças e forneçam dicas de como reorganizar a rotina de modo a  atender as necessidades de cada indivíduo. Visando ao fim do preconceito e da estandardização atrelados aos jovens e adolescentes obesos, os poderes executivos, nos Ensinos Fundamental e Médio, devem elaborar a disciplina "(Des)construindo". Tal disciplina objetiva a quebra de paradigmas sociais por meio de teatralizações e análises textuais em grupo, exercitando a criticidade e interação social. Assim, a sociedade passa a atender ao seu futuro, evitando sobrepeso.