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Enviada em: 01/04/2018

Um dos principais marcos do Brasil nos últimos anos ocorreu em 2014, com a saída do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas, em contrapartida, desde então, há um crescimento nos índices de sobrepeso e obesidade, resultado da consolidação da cultura de má alimentação. A persistência de tal prática ilustra a carência de iniciativas eficazes de promoção e direito à saúde, principalmente, dos menores de idade. Diante disso, urge a necessidade de analisar como os novos hábitos alimentares, apelo midiático e das indústrias influenciam no avanço da obesidade infantil.       Em primeiro plano, de maneira análoga a teoria evolutiva das espécies de Lamarck, o ser humano tem a capacidade de adaptar-se de acordo com as alterações do meio, como a mudança nos hábitos alimentares. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, uma em cada três crianças brasileiras, entre 5 e 9 anos, encontra-se com excesso de peso, enquanto entre os adolescentes, a obesidade atinge cerca de 8%, tal surto energético tem como principal causador a má alimentação. Desse modo, a naturalização, ao longo dos anos, de consumir produtos industrializados e com alto teor calórico, tem moldado as mesas dos brasileiros para o predomínio no cardápio à base de comidas menos saudáveis.        Ademais, atrelado ao novo comportamento alimentar da população brasileira, a atual sociedade capitalista de consumo e a carência na elaboração de medidas de combates efetivas têm o poder de acentuar a atual problemática. Isso acontece porque, o marketing perverso das indústrias alimentícias, com o apelo midiático, compromete a construção de um consumo alimentar saudável no cotidiano; não raro, a persistência da cultura do desequilíbrio nutricional contagia as instituições escolares, por conseguinte, há negligência no ensino de uns dos principais fatores para o bem-estar do indivíduo: a alfabetização do paladar. Assim, a cultura de má alimentação deve ser desconstruída, pois ocasiona prejuízos para todo o organismo social.       Destarte, em razão disso, é preciso a parceria entre o Ministério da Educação e as escolas na elaboração de campanhas educativas de promoção ao equilíbrio nutricional, como a sugestão de receitas saudáveis e a escolha de alimentos, com a finalidade de educar o paladar infantojuvenil. Além disso, o Ministério da Saúde, em colaboração com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, poderiam elaborar uma regulamentação específica para proibir a propaganda abusiva, tal ato, realizado pelas indústrias de alimentícias e disseminado pelas mídias televisivas, é um dos maiores obstáculos na promoção de uma alimentação saudável. Dessa forma, colaboraria para que houvesse, no Brasil, a desconstrução da alimentação nociva e a obesidade infantil deixará de ser uma problemática no país.