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Enviada em: 31/03/2018

A Declaração Universal dos Direitos das Crianças– principal documento que serve de referência ao exercício da cidadania aplicada aos menores – assegura a todos o direito à saúde. Entretanto, os frequentes casos de obesidade infantil no Brasil evidenciam que não são todos os indivíduos que usufruem dessa norma na prática. Sob essa óptica, dois aspectos não devem ser negligenciados, como o comportamento das indústrias alimentares e o sedentarismo presente.        Primeiramente, é importante ressaltar que, segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, a sociedade pós-moderna atribui o consumo como fator indispensável para a vida. Nesse sentido, condicionadas pela busca do lucro e expansão econômica, as indústrias alimentícias vêm apresentando atitudes irregulares que contribuem para a consumição desarmônica dos menores. À vista disso, nota-se o emprego abusivo da publicidade nos produtos, além da adição de substâncias viciantes, como o excesso de gorduras e açúcar. Com efeito, a estimulação de padrões de consumo alimentares não saudáveis proporciona não só o aumento de peso nos jovens, mas também o aparecimento de doenças crônicas como diabetes e hipertensão. Logo, torna-se inaceitável a realidade vivenciada, visto que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, as crianças são frágeis e vítimas das práticas de marketing.         Além da visão capitalista das empresas, o sedentarismo é outro fator que favorece a obesidade infantil. Desse modo, é imperativo salientar o desleixo do ser humano com a segunda maior causa de morte do planeta, conforme à Organização Mundial de Saúde. Destarte, os hábitos não só dos pais, como das outras pessoas que fazem parte do círculo social infantil, são preponderantes para o aumento da problemática. Consequentemente, uma sociedade em que a maioria das pessoas não pratica atividades físicas regular facilita que os pequenos sejam induzidos ao mesmo estilo de vida. Sendo assim, os resultados de pesquisas não poderiam ser outro: consoante reportagem do Globo Repórter, aproximadamente 60% dos jovens brasileiros apresentam excesso de peso.        Fica claro, portanto, que a obesidade infantil é uma mazela social e, por isso, deve ser combatida. Nesse perspectiva, é dever do Poder Executivo destinar uma maior fiscalização nas indústrias de base alimentar, verificando os excedentes e ilegalidades dos recursos publicitários. Essa ação terá como finalidade a diminuição do consumo alimentar irregular dos jovens. Ademais, é imprescindível que o Ministério da Educação aumente a demanda de projetos com incentivo a prática de exercícios físicos nas escolas. Isso poderá ser realizado com revestimentos dos impostos das grandes marcas esportivas para a criação de novos projetos, tendo como fito a garantia do direito assegurado na Declaração.