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Enviada em: 31/03/2018

Conforme a teoria Habitus do sociólogo francês Pierre Bordineu, a sociedade incorpora as estruturas sociais que são impostas a sua realidade.Sendo assim, os cidadãos naturalizam os padrões e, por fim, o reproduzem ao longo do tempo.Partindo desse conceito, a obesidade é uma adversidade causada pela herança-cultural, em que pessoas visualmente "cheias" eram sinônimos de forte, saudável e até mesmo distinção social. Perante o exposto, o período infantil torna-se a fase mais difícil de combater os desafios impostos pela herança-cultural, visto que, há uma relação entre uma ausência de entendimento por parte das crianças e a colaboração de responsáveis para que aconteça as mudanças de hábitos. Nesse contexto, é necessário analisar a omissão familiar e combater os mitos sociais.    É indubitável que a ausência de medidas preventivas é a principal responsável pela prática de uma alimentação desregular. Isso decorre de uma sociedade capitalista que incentiva por meio de propagandas o consumo  exacerbado de alimentos desnutritivos, como lanches que têm como brindes brinquedos e atrações divertidas para o público infantil. Em decorrência disso, as crianças podem desenvolver diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão e outros males.Não é atoa, então, que, segundo dados do Ministério da Saúde uma em cada três crianças brasileiras entre 5 e 9 anos de idade está com excesso de peso.   Atrelada a omissão de medidas preventivas, a ausência de uma educação escolar também é responsável pela obesidade infantil. Isso acontece porque, o modelo pedagógico atual visa apenas conteúdos cobrados em vestibulares e provas escolares, negligenciado comportamentos como os hábitos alimentares e as atividades físicas. Hoje é comum, por exemplo, visualizar crianças optarem pelo uso de celulares do que andar de bicicleta. Como consequência, a exposição à propagandas e comportamento sedentário aumenta. Assim, a naturalização e a reprodução de costumes desafiadores permanecem.      Diante dos fatos supracitados, é necessário que a família e a escola combatam a obesidade infantil. Em razão disso, o Ministério da Saúde deve promover campanhas em redes sociais, postos de saúde e escolas que demonstrem aos responsáveis as consequências da omissão deles na educação alimentar das crianças. Ademais, o Ministério da Educação em parceria com pedagogos deve incluir disciplinas que informem a importância de frutas, fibras e atividades físicas de forma que previna o ganho de peso e diminua a ingestão calórica causada pela publicidade. Assim, a questão da obesidade infantil será melhorada e a teoria de Habitus será praticada de forma benéfica.