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Enviada em: 28/03/2018

" O mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a ele" Essa afirmação da filósofa francesa Simone de Beauvoir pode ser facilmente aplicada ao contexto da obesidade infantil, já que mais espantoso do que a falta de campanhas públicas regulares é a naturalidade com a qual a situação é tratada. Esse quadro tem origem incontestável no avanço da produção de alimentos industrias. Ademais, pode-se destacar como fatores colaboradores com essa realidade a lenta mudança de mentalidade social e a ineficácia do Estado.   É inegável que a questão social esteja entre as causas do problema. Assim, sob a perspectiva de fato social de Émile Durkheim, uma forma de agir e de pensar baseada na coerção grupal, se um indivíduo vive em um meio onde não é aplicada a cultura da alimentação saudável, o mesmo tenderá  a praticar tal ação por conta do convívio coletivo, dificultando a solução do problema no Brasil. Por conseguinte, observa-se que as produções agrícolas atuais visam o aumento do lucro e a diminuição do desperdício alimentar, mas, infelizmente, esse avanço veio acompanhado de utensílios químicos que são usados nas plantações, acarretando perda nutritiva do alimento o qual está diretamente ligado à alimentação infantil.    Entrementes, outro aspecto a ser avaliado é a deficiente circulação de campanhas públicas nas regiões do interior, em que estão centradas nas metrópoles brasileiras, com esse impasse a educação alimentar se torna ausente para a sociedade. Outrossim, a obesidade infantil provoca efeitos duradouros para as crianças, por exemplo: diminuição da expectativa de vida, aumento do risco de desenvolver diabetes e hipertensão. Por isso, é necessário uma atuação mais eficaz por parte da sociedade civil, a qual ainda relaciona o excesso de peso à uma boa alimentação.     Entende-se, portanto, que medidas são necessárias para resolver a situação. Com a finalidade de retirar a obesidade como um dos maiores problemas de saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde, o Governo Federal, junto às empresas alimentícias, deve elaborar um plano de criação de regras para diminuir o excesso de produtos químicos nas plantações, com o efeito de aumentar o valor nutritivo por meio da utilização de materiais orgânicos. Além disso, é essencial que o Ministério da Educação, em parcerias com as emissoras de televisão, promovam campanhas regulares e em todo território nacional, apresentadas por professores e pessoas especializadas na área, com o efeito de expandir a educação alimentar e, também, incentivar uma alimentação baseada em produtos com altas taxas nutritivas, diferentemente dos alimentos industriais. Desse modo, seguindo essas ações, o obesidade infantil não será um impasse para a saúde brasileira.