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Enviada em: 30/03/2018

A obesidade configura um dos principais problemas de saúde pública no mundo contemporâneo. Além disso, está diretamente associada ao desenvolvimento de doenças crônicas degenerativas, como diabetes e hipertensão arterial sistêmica. Todavia, no Brasil, evidencia-se o aumento expressivo de sobrepeso e obesidade infantil, o qual está intimamente relacionado aos hábitos alimentares inadequados e estilo de vida das famílias brasileiras.    Mormente, é indubitável o papel preponderante dos pais no desenvolvimento do comportamento alimentar das crianças. No entanto, fatores como os avanços tecnológicos e dupla jornada de trabalho, especialmente das mulheres, promovem mudanças no núcleo familiar e interferem na formação dos hábitos alimentares na infância, uma vez que as refeições tradicionais cedem lugar para alimentos prontos, haja vista a praticidade e comodidade proporcionada aos consumidores. Dessa forma, os alimentos ultraprocessados, dotados de alta densidade calórica e baixo valor nutritivo, são incorporadas ao padrão alimentar infantil, o que resultará em efeitos danosos à saúde.       Ademais, é notória a valorização do entretenimento virtual em detrimento às brincadeiras infantis tradicionais, como correr e pular. Assim, a inatividade física nessa faixa etária, combinada ao consumo frequente de alimentos industrializados, dificultam o gasto energético e propicia o excesso de peso.  Segundo dados do Ministério da Saúde, uma em cada três crianças brasileiras, entre 5 e 9 anos de idade, está com excesso de peso e, 8,4% dos adolescentes são obesos. Nesse contexto, destaca-se a relevância de incentivar e orientar as crianças quanto a uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios físicos.       Portanto, medidas são necessárias para mitigar a obesidade infantil no Brasil. Assim, cabe ao governo, na esfera do Ministério da Educação e Cultura, implantar a disciplina Educação Alimentar e Nutricional na grade curricular das instituições de ensino infantil, fundamental e médio, da rede pública e privada, com o fito de incentivar e orientar os estudantes quanto à importância do desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis aliado à prática de atividade física, desde a infância, na prevenção e controle da obesidade infantil. Outrossim, em consonância com a mídia, promover campanhas de abrangência nacional, com enfoque prioritário no valor nutricional de alimentos naturais, especialmente, os regionais, como frutas, verduras e legumes, ministradas por especialistas na área de Nutrição, a fim de ampliar os conhecimentos da população quanto os efeitos benéficos da alimentação saudável na promoção e prevenção de agravos à saúde das crianças. Assim, conseguir-se-á ,paulatinamente, atenuar a obesidade infantil no Brasil.