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Enviada em: 17/04/2018

A greve ocorrida no Espírito Santo em fevereiro de 2017, feita pelos familiares dos policiais, que por lei são impedidos de insurgir-se em greve, concomitante com a intervenção federal decretada no estado do Rio de Janeiro, demonstra a inconstância da segurança pública no Brasil. Tal instabilidade pode ser evidenciada por inúmeros fatores, como a falta de recursos investidos no setor que levam a problemas como a precariedade do sistema penitenciário, e também, a ineficiência em áreas primárias e fundamentais para a sociedade, tais como saúde e educação.    Deve-se pontuar, de início, que policiais que investem sua vida em prol da defesa da sociedade, na maioria dos estados brasileiros, têm condições de trabalho insuficientes e vulneráveis, dificultando assim o combate à violência. Outro ponto importante é a precariedade do sistema penitenciário, visto que as rebeliões são acontecimentos corriqueiros em várias unidades prisionais do Brasil, que detém a quarta maior população carcerária do mundo. Segundo Julio Jacobo Waiselfisz, autor do Mapa da Violência, o Brasil encarcera muito e encarcera mal, visto que desde o ano 2000 até o presente momento, a população carcerária mais que dobrou de tamanho.   Vale ressaltar, também, que o aparato estatal brasileiro é ineficiente no que diz respeito à saúde e educação, que são princípios fundamentais resguardados pela Constituição Federal. Tal ineficácia, acarreta uma dificuldade na preservação da ordem pública. Assim como a máxima de Kant explicita, o ser humano é aquilo que a educação faz dele, portanto, no Brasil hodierno, uma educação pública de qualidade é uma utopia, que como cotado pelo filósofo Paulo Freire: ''Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda''.    É evidente, portanto, que os desafios do sistema de segurança pública no Brasil são vários. Dessa maneira, é preciso que o Governo em conjunto com os estados, deem melhores condições de trabalho para os policiais, como também fiscalizando suas ações. Desse modo, é imprescindível o maior investimento na educação, desde a sua base, disponibilizando mais recursos por meio de leis que garantam a ampliação do investimento na educação e na segurança pública. Só assim então deixando de ser uma nação que apenas encarcera sua população, mas que os educa em primeiro lugar. As  também escolas têm papel fundamental juntamente com as famílias, por meio de reuniões, palestras, passeatas e manifestações cobrando dos políticos melhores condições para a educação e segurança. E então, fazendo valer a frase antológica de Nelson Mandela: ''A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para dominar o mundo''.