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Enviada em: 22/04/2018

Doença aristotélica Para Aristóteles, importante filósofo clássico, fazer política seria governar à favor do bem maior, o da população. Entretanto, no Brasil, observa-se a deturpação desse conceito, o que é chamado pelo pensador de "politicagem", em que a maioria das pessoas que tem poderes em suas mãos o usam em prol de si mesmas ou de uma elite, descuidando-se de uma camada mais carente e, de outro lado, querendo combater os sintomas da violência sem, de fato, tratarem suas causas.  Em primeiro plano, vale a pena ressaltar que a ganância é umas das principais causas da ineficácia do combate à violência, haja vista que tanto nas milícias, quanto no tráfico, há policiais fazendo "vista grossa" e pessoas importantes por trás de todo o esquema. O dinheiro move os policiais mal remunerados e os poderosos, que protegem a manutenção do crime por vantagens econômicas que este os propiciam. Prova disso foi o caso da ex-vereadora do Rio de Janeiro, Marielle, que denunciou milícias e traficantes e esbarrou nos interesses de uma elite, acabando morta para silenciar o caso. Outrossim, o país enfrenta grandes problemas em seu sistema carcerário e em sua educação, falhos, que não dão perspectiva de ascensão social. A desigualdade na formação de alguém que frequenta as escolas públicas de ensino fundamental e médio e de quem frequenta as particulares é evidente, sendo que o rico tem muito mais condições de ingressar numa universidade e ter uma profissão bem remunerada. Aliado a isso, o pobre que parte para o crime é preso e fica sujeito a condições desumanas em presídios superlotados, sem perspectiva de mudança de vida. A taxa de retorno ao crime no país são enormes. Medidas, portanto, são necessárias para resolver o impasse. O governo deve repassar mais verbas para escolas públicas oferecerem cursos pré-vestibulares de qualidade nos últimos 3 anos de ensino médio, a fim de oferecerem mais condições para inserção destes alunos no mercado bem remunerado de trabalho, e promoverem palestras que desconstruam nos jovens o espírito de politicagem e os tornem pessoas que pensam no bem comum de toda a sociedade, como Aristóteles um dia idealizou.