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Enviada em: 04/05/2018

O quarto Poder            No Brasil, a segurança pública não está mais conseguindo garantir o direito de ir e vir dos cidadãos. Os criminosos ditam às pessoas regras de conduta e até estabelecem quem pode ou não entrar nas comunidades. Sendo assim, os bandidos materializam um desmonte do Estado, criando um quarto Poder, o Poder da criminalidade, ameaçando a soberania nacional.            As raízes históricas da problemática remontam a chegada da família real ao Brasil. A única preocupação de D. João VI era a de criar instituições que favorecessem as classes mais privilegiadas. Com isso, a política implementada se tornava distante do social e suas necessidades, incluindo a segurança pública. Traçando um paralelo com os dias atuais, percebe-se que os presídios equivalem às instituições da época monárquica, pois se investe mais nessas construções do que no setor educacional, por exemplo. A realidade dos fatos é que o Estado acha que segurança pública se resume apenas à construção de presídios, sendo isso um desafio.           Nas entrevistas, vários responsáveis governamentais pela segurança pública repetem a mesma frase, como uma espécie de mantra: "construir presídios de segurança máxima é prioridade em nosso estado". Percebe-se nessas afirmações uma abordagem cartesiana, pontual e limitada ao tando de lucro que isso pode gerar. Se por um lado, construir presídios alicerça a economia, por outro lado quebranta a possibilidade de mais investimentos no setor educacional, fortalecendo o poder da criminalidade.           Portanto, para possibilitar a superação das dificuldades acerca da segurança pública é necessário: dinamizar o conceito de segurança pública para além da construção de presídios, focando no social por meio de uma educação que conscientize pais e estudantes, fortalecendo o direito de ir e vir; desarraigar as políticas de construção de presídios da necessidade do lucro imediato, fortalecendo a economia estatal a longo prazo através da construção de escolas, dirimindo o "quarto Poder" dos criminosos.