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Enviada em: 18/05/2018

Brasil, um país de todos       No limiar do presente século, a questão da segurança publica tornou-se um dos principais desafios do Brasil. De um lado, há a necessidade de garantir ao cidadão um direito fundamental da Constituição. Do outro, a necessidade de se encarar a crise na segurança pública do país como consequência de uma sociedade que tem a desigualdade social enraizada em sua formação.       De acordo com a Constituição Federal de 1988 é direito de todo cidadão a garantia de segurança pública. Entretanto, a paralisação da Policia Militar no Espírito Santo, no ano passado, o decreto de intervenção militar do governo do Rio de Janeiro, e a execução da vereadora Marielle Franco,  no começo deste ano, repercutiram mundialmente, colocando em destaque a crescente crise de segurança pública do Brasil. Evidenciando, assim, que a garantia absoluta do direito à segurança ocorre apenas nas linhas da Constituição.   Historicamente o Brasil é um país nitidamente marcado pela desigualdade social e suas consequências. Partindo desse viés, deve-se encarar o desafio da segurança pública não como causa, mas como consequência de uma sociedade que tem em suas raízes fundadoras uma estrutura de classes.  De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE no ano passado, a desigualdade social ainda é uma realidade que demorara a ser sanada no Brasil. Não obstante, os reflexos dessa situação são sentidos no cotidiano do cidadão que se ver diante segurança pública cada vez mais utópica. Assim, o slogan "Brasil, um país de todos", representa uma ideologia cada vez mais distante.      Parafraseando o sociólogo Zygmunt Bauman, a humanidade está numa bifurcação no caminho de seus possíveis futuros, um deles levando ao bem estar cooperativo, o outro, à extinção coletiva. Partindo dessa verdade, para reverter o atual quadro de crise do sistema de segurança no Brasil, são necessárias alternativas concretas que tenham como protagonistas da mudança a tríade: Estado, escola e mídia. O Estado, por seu poder socializante e abarcativo, deverá promover políticas públicas que visem diminuir a desigualdade, erradicação da fome, melhoria da saúde e pacificação dos povos. A escola, formadora de caráter, deverá incluir matérias que possam destacar a importância da alteridade e, principalmente, da força de um povo acima do individualismo. A mídia, com sua relevância e abrangência social, deverá através de campanhas em seus veículos de comunicação, buscar a conscientização da população e dos governantes a respeito de uma sociedade mais justa e igualitária. Para que assim, o Brasil seja, de fato, um país de todos.