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Enviada em: 09/05/2018

Índices alarmantes de criminalidade. Porcentagem irrisória de crimes solucionados. População carcerária inchada e descontrolada. O cenário da segurança pública no Brasil mostra-se problemático. Isso ocorre por erros quanto às suas causas e, consequentemente, por erros quanto ao seu enfrentamento.       Em primeiro lugar, trata-se a insegurança, eminentemente, como um problema de polícia, relegando a segundo plano as questões que realmente a originam: baixa qualidade da educação, desemprego e desigualdade social. O caso da intervenção federal no Rio de Janeiro é ilustrativo desse erro de avaliação: em face da violência, aumenta-se o efetivo de agentes da lei nas ruas. Ignora-se, portanto, que, em países seguros, a diferença está nos fatores já referidos, que afastam as pessoas da criminalidade por permitirem a cada um desenvolver suas potencialidades de maneira mais igualitária.       Em segundo lugar, tais erros avaliativos, levam a intervenções estatais inefetivas. Além da intervenção no Rio, fala-se em aumento das penas e construção de mais presídios, todas, ações que não atacam a raiz do problema e criam um Estado policialesco e penalizador, nos moldes preconizados por Foucault. Além disso, esse enfoque é preponderantemente repressivo (e não preventivo), esperando-se o crime ocorrer para só então agir, o que não se coaduna com a ideia de segurança.             Pelo exposto, vê-se que os desafios da segurança pública têm sido enfrentados inadequadamente. Assim, propõe-se a criação de um fórum envolvendo sociólogos, educadores e profissionais da segurança pública para abordar o problema de forma holística e propor soluções preventivas e integradas que o ataquem por variados ângulos, tais como: mais educação e emprego, melhor distribuição de renda e, claro, uma polícia mais bem equipada. Dessa forma, a política de segurança pública no Brasil será incrementada e o país se tornará menos violento.