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Enviada em: 06/06/2018

Desigualdade e violência  Estudos da ONU apontam que onde há maior desigualdade social, existe mais violência, criminalidade e educação precária. O Brasil se encaixa nesse quadro, pois sua formação histórica foi pautada na desigualdade, tanto é que foi a última nação a criminalizar a escravidão. Em face disso, hodiernamente, o país vive uma crise de segurança, e medidas paliativas, como intervenções, maiores investimentos em armas, entre outros, vêm se mostrando ineficazes, pois aumentam a segregação, e os índices de violência. Para que a segurança pública nacional supere seus desafios de maneira efetiva, faz-se necessárias mudanças estruturais, que diminuam a desigualdade e melhorem a educação.    De acordo com o filósofo alemão Jurgen Habermas, as Instituições Sociais, que definem as leis e os comportamentos de uma sociedade, são reflexo da cultura de uma maioria política, que é vitoriosa por conta de processos sócio-históricos. Dessa forma, é inevitável que a regulação social seja excludente, ignorando minorias não contempladas por tais processos. No Brasil, após o tardio fim da escravidão, criou-se a Lei de Terras, que impediu que os libertos possuíssem alguma propriedade, deixando-os à margem da sociedade.    Depois de mais de um século da abolição, existem, ainda, muitos fatores excludentes que agravam a desigualdade social. Segundo a OXFAM, ONG internacional que luta contra a pobreza, a principal causa da alta desigualdade é um injusto sistema tributário. No Brasil, uma renda mensal de 320 salários mínimos tem a mesma alíquota efetiva de impostos do que uma de 5.    Analisando os estudos da ONU e da OXFAM, conclui-se que o caminho para solucionar os problemas da violência no Brasil, passa, obrigatoriamente, pela diminuição da desigualdade social e pela melhoria da educação. Segundo o Instituto de Justiça Fiscal (IJF), uma Reforma Tributária, que aumentasse a arrecadação sobre a renda e diminuísse a do consumo, aumentaria o orçamento da União em 80 bilhões por ano. Com esse dinheiro, seria possível investir em programas sociais, como o bolsa família, em projetos de ONGs que buscam dar oportunidades aos jovens mais pobres, como os da ChildFund, e na própria estrutura da educação brasileira, aumentando o salário dos professores e dando melhores condições para o ensino em geral. Somente assim, os desafios da segurança pública serão realmente vencidos.