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Enviada em: 11/06/2018

No filme "Cidade de Deus", o diretor Fernando Meirelles retrata a violência institucionalizada do Brasil, com o crescimento do crime organizado de um dos lugares mais perigosos do Rio de Janeiro no começo nos anos 80, além da entrada de jovens à criminalidade, causada pela vivência em um ambiente extremamente violento. Dessa forma, o filme mostra que essa problemática persiste intrinsecamente ligada a ausência de medidas sociais eficazes por parte do Governo, em conjunto com a ineficiência do sistema de segurança pública brasileiro.    Ao analisar por um prisma histórico, verifica-se que a estratégia adotada pelos Governos com o intuito de adequar o país ao modelo estrutural europeu, presente no inicio do século XX em grandes centros urbanos, como o Rio de Janeiro, ajudou a intensificar o isolamento da população carente, que ficou à margem da sociedade. Sendo assim, o sistema de segurança pública brasileiro focou apenas na segurança de áreas elitizadas, o que aumentou os índices de hostilidade em favelas e subúrbios, que ficaram dominados por facções, como na favela da Rocinha, em que os confrontos entre elas não conseguem ser controlados pelo Estado. Todavia, o aumento de casos de violência, inclusive em bairros nobres, como o fechamento temporário, em junho de 2018, do Pão de Açúcar por causa de um tiroteio, mostra que essa problemática irradiou-se por todo o país.   Por conseguinte, é indubitável que as chagas da atualidade é a falta de eficácia do Governo Federal para combater a crise de violência vigente no país, com a ausência de um plano de integração com os demais Estados em relação ao combate as facções, ao tráfico de drogas e, consequentemente, a brutalidade, deixando-os sozinhos em uma problemática que tem amplitude nacional. Ademais, o pensamento "Bandido bom é bandido morto", propagado por programas de televisão, como Brasil Urgente, dificulta a proliferação de projetos sociais com o intuito de reintegrar ou de impedir a entrada de jovens na criminalidade, pelo preconceito presente na sociedade. Segundo a Constituição Federal de 1988, é garantido o direito à segurança, logo, deve-se seguir esse ideal para sanar essa questão.   Portanto, cabe ao Governo criar um plano de integração com todos os Estados para o combate a violência, investindo em treinamento eficiente para a polícia militar, além de um trabalho de inteligência unificado, que asfixie o tráfico de drogas em todas as frentes possíveis, descobrindo e esfacelando todas as rotas de armas, junto com um combate contra facções nacionais e patrulhamento em todas as áreas. Outrossim, é essencial que os Órgãos Governamentais, em colaboração com a mídias de comunicação, desmitifiquem através de propagandas o pensamento "Bandido bom é bandido morto", para assim, conscientizar a sociedade e ajudar na proliferação de projetos sociais em áreas violentas.