Materiais:
Enviada em: 05/06/2018

Os jornais brasileiros, diariamente, noticiam diversos casos de criminalidade, que mostram o colapso do sistema público de segurança nacional. Os desafios enfrentados pela sociedade para mudar essa grave realidade de violência são muitos, sobretudo, no que tange aos aspectos políticos e socioculturais. Dessa forma, vale analisar essa problemática a fim de entendê-la e solucioná-la.  Primeiramente, é importante compreender como a negligência governamental se associa com essa difícil situação. A falta de investimentos, que está atrelada, especialmente, aos desvios de verbas e aos atos corruptos, é um fator responsável por esse contexto caótico. A formação incipiente dos policiais, a falta de equipamentos necessários para os profissionais da área e o modelo carcerário precário são algumas consequências da pouca seriedade e responsabilidade dos representantes políticos. Nessa perspectiva, os índices de criminalidade, como os homicídios e o narcotráfico, crescem progressivamente - mostrado por a Mídia - e a população convive com a insegurança, pois os seus direitos constitucionais, que garantem a segurança e a proteção, não estão sendo assegurados.  Além disso, é válido ressaltar as dificuldades socioculturais enfrentadas. O "jeitinho brasileiro" advindo desde os tempos coloniais, visto na corrupção, por exemplo, contribui com a alta nas taxas de violência e na ineficiência do sistema de segurança e do judicial, e leva muitos indivíduos a apoiarem a justiça com as próprias mãos. Nesse viés, nota-se que Bauman estava certo ao explanar o pensamento do medo líquido, existente na sociedade contemporânea, que cogita defender uma forma de proteção violenta e ilegal, que acarretaria mais insegurança à sociedade. Isso infringiria a Carta Magna e o ideal democrático. Outrossim, é nítido que a intervenção militar, defendida por setores da população, seria insignificante para melhorar esse cenário, pois o acesso à educação, à saúde e ao mercado de trabalho precisa ser ampliado, visto que, na maioria dos casos, os criminosos adentram no crime com uma visão utópica de melhorar sua vida, já que não têm garantia nem dos seus direitos básicos.  É claro, portanto, que os desafios enfrentados pelo sistema de segurança pública são muitos, mas precisam ser solucionados. Para isso, é imprescindível que as escolas, através de palestras com filósofos e sociólogos, instiguem a reflexão e a criticidade dos alunos sobre seus direitos e seus deveres, desmistificando a ideia de justiça com as próprias mãos e incentivando o engajamento da sociedade civil na cobrança da garantia das leis da Carta Magna, a fim de que a violência diminua e de evitar que verbas destinadas ao progresso da segurança sejam desviadas. Ademais, o Poder Judiciário e o Executivo devem atuar juntos, com esse investindo nos policiais e no sistema prisional e aquele efetivando as leis, com ambos se monitorando, pois, segundo Montesquieu "só o poder freia o poder".