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Enviada em: 11/06/2018

Durante o absolutismos monárquico no Brasil, indivíduos que outrora se voltassem contra as medidas pré estabelecidas pela coroa eram duramente e teatralmente reprimidos, a exemplo de Tiradentes. Contudo, de acordo com o filósofo e sociólogo Foucault, tal caráter teatral das repressões, ao longo da história, foi substituído por um modelo de segurança pública baseada no ato de vigiar e punir.    De acordo com Foucault, os castigos violentos e arbitrários, durante a monarquia, tornavam a sociedade instável, imprevisível e pouco eficiente. Esses fatos, portanto, aliados ao surgimento de conceitos sobre o direito da saúde e dignidade humana, corroboraram para a construção de um sistema que teria como base o princípio da onipresença. Em paralelo, porém, locais que se opunham a tal princípio ganharam cada vez mais relevância, como as favelas no Brasil.     Observando o cenário atual, a onipresença não é efetiva, já que é inegável a dificuldade de controle e manutenção de normas e leis em todo o território brasileiro. Tais dificuldades englobam não apenas a extensão territorial e o sucateamento das cadeias e postos policiais, mas também a multiplicidade cultural do país, o alto índice de desigualdade social, e a precariedade da educação pública. Além disso, pré conceitos não fundamentados devem ser colocados em foco, como relacionar violência à cor da pele ou à região habitacional.      Logo, a partir do exposto, para que o sistema de segurança pública no Brasil supere seus desafios é necessário, primeiramente, que cada município direcione uma parcela financeira expressiva para a segurança e educação, construindo novos postos policiais, melhorando a iluminação e o transporte público, e promovendo a criação de oficinas de trabalho e reintegração para jovens em situação de risco. Além disso, o governo deve estimular a contratação de ex-detentos por empresas públicas e privadas, por meio de incentivos fiscais. Dessa forma, indivíduos outrora propensos ao crime vislumbrarão um caminho alternativo.