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Enviada em: 07/06/2018

Não é paz é medo.    No Brasil colonial punições exemplares, tais como esquartejamento e enforcamento, eram ministrados à transgressores das leis para servir de castigo e exemplo. Atualmente, o país lida com a segurança pública ainda de forma violenta e repressiva, entretanto, após décadas de experiência a estratégia mostra-se amplamente falha e arcaica. Nesse sentido, destrinchar o cunho histórico das altas taxas de crimes bem como analisar o plano de ação do estado é imprescindível para mitigar o problema.    Primeiramente, deve-se analisar essencialmente a construção social brasileira e como as mazelas perpetuadas fomentam os índices de criminalidade. Sabe-se que o Brasil teve uma construção altamente segregacionista, marginalizando pessoas e não oferecendo condições básicas de saúde, educação e trabalho. Assim, a população em situação de vulnerabilidade, geralmente, é quem engrossa o sistema do tráfico, de roubos e de homicídios, ilustra esse fato a situação de, segundo a Infopen ( levantamento nacional de informações penitenciárias), a população carcerária ser composta por 64% de negros e 75% de detentos que não cursaram o ensino médio.    Além disso, o Estado atua com medidas imediatistas e que visam atender resultados políticos. Sabe-se que a epidemia da criminalidade juntamente com a espetacularização da mídia alimenta o anseio por resoluções imediatas que muitas vezes só mascaram o problema, agindo de forma violenta e visando promover a ordem, o país tem a quarta maior população carcerária do mundo e um dos maiores índices de morte policial. Nesse sentido, a falta de investimentos a longo prazo em educação, cultura e tecnologia, o que seria fator crucial para inserir pessoas na sociedade e no mercado de trabalho alimenta conflitos e desigualdades, contribuindo potencialmente com o alastramento da violência.      Fica claro, portanto que a configuração do Brasil e o modo de atuação do governo deixa brechas para o mau funcionamento da segurança pública. Cabe ao Ministério do Desenvolvimento Social em parcerias com ONG´s construir projetos educacionais , esportivos e culturais por meio da contratação de pesquisadores, professores e artistas para ministrar cursos em comunidades em situação de vulnerabilidade social, visando a inclusão efetiva dessa população. Concerne ao Ministério da Justiça desenvolver um plano de ação que vise a redução da violência em médio e longo prazo através da mediação em áreas de conflitos, promoção da ressocialização de detentos e regulamentação das drogas, visando estabelecer uma medida efetiva para as principais causas de crimes no país.