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Enviada em: 18/06/2018

De acordo com a socióloga brasileira Marilena Chauí, a democracia deve ser um sistema de direitos igualitários para todos, sem ações que prejudiquem um grupo em prol de outro. No entanto, essa dinâmica é dificilmente efetiva no setor policial, haja vista que essa área apresenta desafios que impugnam a eficiência do programa de segurança pública no Brasil. Tais déficits advém do modelo de repressão vigente e da arcaica mentalidade da população, sendo preciso analisar tal problemática.   Em primeiro plano, é necessário ressaltar que a atual política de policiamento está entre as causas dessa temática. Ademais, a manutenção do regime em vigor, no qual é primado a repressão ostensiva, em detrimento de um prévio planejamento tático da operação, tende a agravar essa questão, logo que se mostra ineficaz, dado que não assegura o real desmantelamento das facções criminosas. Dessa maneira, se torna imprescindível, para que ocorra o maior êxito na supressão dos grupos delituosos da sociedade,o  investimento no setor de investigação e delineamento pela policia.   Acresce-se a isso, a importância em retratar o estigma sobre os ex-presidiários como intensificador dos obstáculos dessa questão. Aliás, conforme a teoria do sociólogo Durkheim, o fato social é uma maneira de agir e pensar dotado de exterioridade, coercivismo e generalização. Seguindo essa ótica, uma vez que uma criança presencia pelo seu núcleo familiar o conceito de ex-encarcerado como sinônimo de bandido, tende a adotar essa ideologia também por vivência em grupo. Nesse sentido, a difusão indiscriminada desse preconceito entre os brasileiros propende-se a promover a segregação social dos indivíduos que foram privados de liberdade, o que, por conseguinte, acentua, consideravelmente, os índices de criminalidade no país, visto que esse segmento acaba não se reintegrando  a coletividade.   Consoante ao mencionado, fica evidente, portanto, que existem obstruções para que haja o fortalecimento do aparato da segurança pública no Brasil, sendo preciso intervenção. Desse modo, o Ministério da Justiça, mediante seu ministro, deve reformular a atual política de repressão adotada, visando optar pelo amplo planejamento prévio das operações, no intuito de maximizar o aproveitamento das missões policiais. Além disso, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Básica, deve criar cartilhas digitais, acerca da importância da socialização dos ex-prisioneiros na vida em comunidade, a fim de minimizar as suas taxas de reincidência à criminalidade e, também, desmistificar os preconceitos na sociedade, e disseminar nas mídias sociais. Posto isso, em médio prazo, os brasileiros gozarão de um regime de segurança pública com alto nível de eficiência.