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Enviada em: 01/04/2018

Segundo Karl Marx, sociólogo alemão, as transformações ao longo da história ocorriam quando as contradições inerentes ao bom funcionamento da sociedade se tornavam insustentáveis. Nessa perspectiva, hodiernamente, os empecilhos da segurança pública no Brasil, seja pela ineficiente gestão no combate a violência, bem como a permanência das desigualdades sociais, corroboram para as contradições mais perversas no desenvolvimento da sociedade.           Em uma primeira análise, é valido ressaltar que a fragilidade do Estado no controle da violência na sociedade, mostra-se como engrenagem a esse dilema. Embora constatamos inúmeros projetos  de combate a criminalidade como, por exemplo, a intervenção federal na segurança pública do estado do Rio De Janeiro, tal fato revela-se ineficiente, uma vez que medidas de caráter imediato e isoladas contribuem para a concentração de esforços apenas em ações coercitivas e punitivas, em detrimento de políticas sociais como a reeducação e ressocialização dos detentos nas penitenciárias brasileiras. Soma-se a isso uma desvalorização dos agentes de segurança em decorrência de salários atrasados e a falta de melhorias nas condições de trabalho, o que repercute para que muitos policiais desacreditem na ordem social, bem como instiga laços entre o crime organizados e estes.       Outrossim, a permanência de uma sociedade desigual assegura os obstáculos no combate a violência no Brasil. Dessa maneira, em consonância com a teoria da "solidariedade orgânica" de Émile Durkheim, sociólogo, a sociedade é um organismo vivo e necessita de que todos os seus órgãos sejam funcionais para seu pleno desenvolvimento. Nesse viés, a deficiência do sistema educacional, por exemplo, reflete em um contexto de desigualdades de oportunidade, visto que muitos indivíduos sem escolaridade adequada e perspectiva de vida, optam por entrar no mundo do crime. À vista de tais preceitos, demonstra-se que uma sociedade desigual impulsiona crimes na sociedade, repercutindo no abalo da segurança pública no Brasil.         É imperativo, portanto, uma sinergia entre órgãos responsáveis pela integridade da população.A priori, cabe ao Ministério da Segurança em parceria com a APAC (sistema de amparo aos condenados) uma reestruturação nas penitenciárias, com intuito de proporcionar uma ressocialização aos detentos, como,  por exemplo, trabalhos remunerados e escolaridade, a fim de evitar um ciclo em que o condenado volte a criminalidade. Ao Estado, cabe garantir a valorização dos agentes de segurança pública por intermédio de uma remuneração adequada com seu papel social, bem como em parceria com o Ministério da Educação promover uma educação de qualidade nos locais marginalizados, com o proposito de diminuir a desigualdade que reflete na desestabilização da segurança pública no Brasil.