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Enviada em: 28/03/2018

Por uma perspectiva de resiliência       É de conhecimento geral que a segurança pública é um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de uma nação. É mediante a promoção do bem-estar social que um país cresce, aumentando sua renda e qualidade de vida das pessoas. Embora o Brasil tenha avançado nesse setor nas últimas décadas, ainda há muito para ser feito. Diante disso, tornam-se passíveis de discussão os desafios enfrentados, hoje, no que se refere à falta de compromisso e planejamento de medidas que ao invés de tentar atenuar os problemas da segurança pública, resolva-o por completo.           A Câmara dos Deputados, recentemente, aprovou o decreto de intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. No entanto, tal medida não foi previamente discutida e corre o risco de se propagar para outras regiões do Brasil. Isso revela que a preocupação da União está - sobretudo - na resolução rápida de problemas que foram construídos lentamente devido à falta de planejamento social. Esse pensamento pode encaixar-se perfeitamente na alusão feita pelo sociólogo Roberto DaMatta aos contrastes da segurança do Brasil: enquanto o país gasta mensalmente 70 milhões de reais em medidas de combate, as medidas de prevenção custariam a metade - programas sociais, como educação. Dessa forma, a nação verde e amarela suprime a sua democracia.    Crescimento da violência em zonas hostilizadas das favelas, alto custo financeiro, má remuneração aos agentes de segurança e índices de homicídios mais altos do que mortes em países em estado de guerra - Síria. Muitas são as maneiras em que a segurança pública se expressa no Brasil. Sobre essa mesma ótica, segundo dados do Instituto de Pesquisas da USP, a cada sete minutos, uma pessoa é assassinada no Brasil. De meros números para termos humanos, a violência no Brasil é reflexo de uma política segregacionista que carece nos investimentos voltados à programas sociais efetivos e de qualidade. Assim, a falta de investimento supracitado representa o calcanhar de Aquiles da nação.       Parafraseando o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um corpo e necessita que seus órgãos estejam sadios para o pleno funcionamento. Tomando como norte a máxima do autor, para que o sistema de segurança pública seja uma virtude para o Brasil, são necessárias medidas concretas que tenham como protagonistas o Estado e a mídia. O Estado, por meio de políticas públicas deverá investir em planos para combater o tráfico de drogas e colocar em discussão a atual política de drogas, visando diminuir a violência no país, além de investir em setores como a educação; a mídia deverá promover debates acerca dos planejamentos feitos pelo Estado, além de transmitir em canais de grande audiência. Só assim, construir-se-á caminhos seguros para a segurança pública.