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Enviada em: 20/04/2018

Muita pressa, pouco desenvolvimento       Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no período de 2011 à 2015, o número de mortes violentas no Brasil (279.592), ultrapassou o da Guerra da Síria (256.124), demonstrando o grau de ineficácia da segurança pública brasileira. Sendo assim, o imediatismo exacerbado na tomada de decisões e os problemas estruturais do sistema militar são os principais entraves para melhorar a situação.       Em situações extremas, as tomadas de decisões tanto por órgãos governamentais, quanto pela população são pautadas em medidas imediatas, e sem planejamento. A crise de segurança pública tornou-se uma doença, na qual, só são tratados ou seus sintomas, ou seja, de forma superficial. É mais viável prender bandidos e traficantes, do que realmente ver a fundo o que os leva a cometer os crimes. Com isso passa-se uma falsa ideia de segurança à população, que vê a violência como a única solução para a criminalidade, sustentando argumentos como "bandido bom é bandido morto". Trata-se também de uma problemática política, pois uma reforma no sistema de segurança pública, demora um certo tempo para trazer resultados visíveis. E como os mandatos, frequentemente tem duração de quatro anos, essa reforma não traria resultados rápidos e benéficos para o candidato em questão. Sendo assim, a sua carreira política seria prejudicada, e suas chances de reeleição, praticamente zeradas.       Outro problema é a estrutura do sistema militar, que divide a polícia em civil - responsável pela investigação - e militar, responsável pela ostensividade. Na maioria das vezes o contato entre as duas entidades é raro, sendo que, não há contato entre em ambas, prejudicando assim, o desenvolvimento e o planejamento contra a criminalidade. Além disso, a PM é uma entidade ligada ao Exército e não possui direitos de reivindicação, como greves e sindicatos, o que fere os princípios da democracia. Concomitante, tem-se: grande hierarquia nos cargos e poucas chances de mobilidade e  reprovação da conduta policial por parcela da população, o que desestimula o profissional e gera uma estagnação no avanço da promoção da segurança.       Sendo assim, são necessárias análises minuciosas a cerca do assunto. O Governo Federal deve planejar métodos para a diminuição da criminalidade, como uma reforma na educação, programas para a reinserção social de ex-presidiários, e projetos individuais de segurança de acordo com a necessidade de cada estado. Além disso, a aprovação pelo Senado da PEC 51, que visa unir a polícia em uma só entidade, melhorar as condições de trabalho e a desmilitarizar, para que essa, seja um órgão de prevenção e não de opressão. É hora de visar menos a velocidade, e focar mais nos resultados futuros.