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Enviada em: 07/04/2018

O caos gerado pela greve dos policiais militares do Espírito Santo e a crise de segurança pública no estado do Rio de Janeiro é marca de descontrole das instituições estatais e expressão do conceito Durkheimiano de Anomia. Nesse sentido, a desorganização da hierarquia de poder do braço armado do Estado sobre o crime leva ao desrespeito generalizado em relação à ordem e à manutenção da paz. Dessa maneira, é papel da estrutura de governo buscar caminhos para a manutenção da segurança da população.  Sob esse viés, é notável que as drogas - presentes na sociedade desde os primórdios - são foco da ação do crime e, consequentemente, pautam a ação de toda a estrutura de segurança pública. No entanto, em contraponto ao senso comum, a proibição do uso e do comércio de entorpecentes nem sempre é a melhor via para o estabelecimento da ordem, como visto no caso da Lei Seca estadunidense, período em que as taxas de criminalidade cresceram e permitiram a consolidação de estrutura contrabandista de alta lucratividade no país norte-americano. Analogamente, a guerra às drogas no Brasil não impede o fortalecimento de milícias e redes de tráfico que dominam a produção e  venda desses produtos, aumentando a dificuldade no combate ao crime.  Ademais, a falha do sistema educacional em manter os jovens na escola oportuniza o crescimento do número de criminosos, fato evidenciado pela presença de projetos sociais como "Fica Vivo" e "Afroreggae" em áreas endêmicas do tráfico de drogas, comprovando a ausência estatal nos polos formadores do crime. Desse modo,  se observa a composição de uma estrutura criminal que se aproveita das falhas governamentais sucessivas.  Portanto, para que a configuração anômica não se torne padrão, o Estado deve criar uma política contínua de combate à criação de novos criminosos, por meio da legalização das drogas, acompanhada do controle da produção e da venda dessas. Dessa forma, os gastos com policiamento seriam reduzidos, permitindo o deslocamento para o meio da saúde e da educação. Efetivando a prevenção em detrimento da prisão.