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Enviada em: 11/04/2018

Apesar de todos os esforços por equidade, a realidade em torno dos desafios do sistema de segurança pública no Brasil permanece paradoxal e caótica. A Constituição Cidadã, alicerce da democracia brasileira, é uma utopia diante da falta de comprometimento do Estado na busca por investimentos, para reforçar a segurança pública. Desse modo, faz-se relevante a análise de duas vertentes fundamentais: o otimismo patológico e as políticas de contentamento.        Circunscrita a essa realidade, o esfacelamento das bases sociais é evidente na proliferação das crises de representatividade em torno do otimismo patológico. Segundo Gramsci, esse conceito é aplicado no Brasil e corrobora para uma visão ilusória de um país perfeito, camuflando, assim, seus problemas. Além disso, contraria a sua ideia de que é preciso ser pessimista na análise e otimista na ação. Nota-se esse sucateamento quando é feito um levantamento do número de pessoas que são assaltadas todos os dias e nenhuma medida eficaz é tomada pelas autoridades. Fato que é inadmissível diante da quantidade de impostos que são pagos pela população.         Nesse mesmo viés, vale ressaltar sobre as política de contentamento que são de curto alcance e de curto prazo, conceito esse trabalhado por Habermas, que infelizmente representa a realidade brasileira. Apesar de existir um grande número de leis e políticas públicas no Brasil, isso não garante que os problemas abordados sejam atingidos de forma efetiva. Assim, as garantias do Welfare State são substituídas por descaso e pela ruptura com o bem-estar social.        Torna-se evidente portanto, que os caminhos para reduzir os desafios da segurança pública no Brasil apresentam entraves que necessitam ser revertidos. Logo, é necessário que os representantes de cada estado se reunam de forma pacífica e organizada, para elaborarem um projeto que defenda a necessidade de investimentos na área de segurança pública. Tal projeto deve destacar a vulnerabilidade da população diante da violência e exigir que o Estado em parceria com o Poder Legislativo reformulem leis de aparato social, a fim de resolver problemas a longo prazo e a longo alcance. Com essas mudanças, talvez mude esse cenário desolado do país, onde a população se sente cada dia mais desprotegida.