Materiais:
Enviada em: 14/04/2018

O jeitinho brasileiro, descrito pelo sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, pode ser entendido como a forma que muitos indivíduos agem ao buscar meios mais fáceis e rápidos para resolver seus impasses. Assim são enfrentados os desafios da segurança pública no Brasil: com medidas de curto prazo, que causam boas impressões para os políticos no cenário eleitoral, mas, que não resolvem de fato os pilares do problema.    Nesse contexto, muitas medidas propostas visam solucionar a crise de segurança do país com mais violência, perseguições e militarização. Essas são estratégias mais fáceis, de curto prazo e que exigem menores investimentos. Em contrapartida, só agem sobre os sintomas do problema e fomentam, ainda mais, a guerra travada no Brasil.     Ademais, com o aumento da violência, ideais de extrema direita têm ganhado força no país. Dessa forma, a revogação do Estatuto do Desarmamento e a redução da maioridade penal têm sido pautas de debates e ganhado mais adeptos, principalmente por meio dos discursos do candidato à presidência Jair Bolsonaro. Visto isso, não é de se surpreender que 57% dos brasileiros concordem com a frase “bandido bom é bandido morto”, segundo pesquisa divulgada pela Datafolha.     No entanto, a violência no Brasil tem raízes estruturais muito mais profundas. Nesse sentido, as medidas tomadas até hoje, como a intervenção militar, só contribuem para o massacre contra a população negra e a repressão em comunidades pobres que, historicamente, se desenvolveram carentes da presença do Estado.    Fica claro, portanto, que medidas mais humanistas devem ser tomadas em prol do estabelecimento do bem-estar da população. Para isso, faz-se necessário que o Ministério do Planejamento desenvolva políticas públicas para as áreas de maior vulnerabilidade social. Tais políticas devem abranger maiores oportunidades de trabalho, educação, saúde e atividades de lazer. Dessa forma, os indivíduos terão maiores perspectivas de vida que não tenham relação com as drogas e a violência.